Após ser aprovada na Câmara, a proposta de prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira, a CPMF, foi ao Senado, que se tornou palco de uma intensa negociata entre o governo e a oposição de direita (PSDB e DEM). Sem uma maioria tranqüila para aprovar a prorrogação do imposto até 2011, o governo abriu o balcão de negócios, oferecendo até a mãe para a perpetuação do imposto.

Já a oposição burguesa, capitaneada pelo PSDB, faz-se de difícil para conseguir as melhores vantagens. Liberação de emendas e nomeação de cargos fazem parte do cardápio para a aprovação da medida. No entanto, não é só isso. Os tucanos negociam, e o governo aceita de bom grado, um conjunto de exigências, entre elas a redução dos gastos da União (leaia-se, redução dos gastos sociais, arrocho de servidores, etc) e um limite ainda mais apertado para o endividamento do Estado, apertando ainda mais a Lei de Responsabilidade Fiscal.

Entre as exigências dos tucanos está ainda uma reforma tributária que isente de impostos os empresários. A fim de dar uma feição social às negociações, o PSDB e o governo divulgam um acordo para aumentar os repasses da CPMF à Saúde. No entanto, o que está em questão é, na verdade, a continuidade de um imposto que recai nas costas dos trabalhadores e da população mais pobre. E, de quebra, a ampliação do arrocho no setor público.

Como ampliar as verbas para a saúde diminuindo-se os gastos com servidores, por exemplo? O que se esconde por trás das “duras negociações” entre governo e oposição é o objetivo de perpetuar a contribuição, desonerar os capitalistas e arrochar os serviços públicos. Medidas que fazem parte do programa tanto do PT quanto do PSDB.

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