O debate sobre as privatizações tornou-se o centro das eleições neste segundo turno. Tentando ampliar sua vantagem, Lula passou a denunciar o PSDB pelas privatizações passadas e identificou Alckmin como ameaça ao Banco do Brasil, à Petrobras, à Caixa Econômica Federal e aos Correios. Mas o discurso de Lula é pura retórica eleitoral, que explora a experiência da população com as privatizações.
 
Nos anos 90, houve uma intensa campanha contra as estatais. Uma verdadeira lavagem cerebral feita pelos meios de comunicação e pelo governo de Fernando Henrique, cujo propósito era facilitar as privatizações. Dizia-se que as vendas trariam preços mais baixos “graças à eficiência das empresas privadas”. Hoje os tucanos repetem, na maior cara-de-pau, o discurso de que as privatizações “beneficiaram a população”.

Mas os únicos a tirar vantagem foram os empresários estrangeiros, que adquiriram as estatais a preços de banana e faturam lucros bilionários. Para o povo, as privatizações resultaram em alta nas tarifas, piora na qualidade dos serviços e o “apagão” de energia. Essa experiência explica o repúdio da população a uma nova onda de entregas.

Em São Paulo, Alckmin foi um verdadeiro exterminador de estatais. Ele privatizou o setor elétrico, o Banespa, as rodovias paulistas e vendeu 49% do banco Nossa Caixa, que só não foi privatizado integralmente porque José Serra freou o processo por interesses eleitorais.

Por outro lado, o PT também realizou privatizações em várias prefeituras, como em Ribeirão Preto (SP). 

Apesar do discurso, Lula também contribui com as privatizações. Mas é diferente da “maneira clássica” dos tempos de FHC, com leilões nas bolsas. O petista entrega nosso patrimônio de maneira sorrateira, em etapas.

Nestas páginas vamos mostrar como as privatizações petistas estão avançando e como o país continua sendo “subtraído em tenebrosas transações”. Ao contrário do que diz a propaganda do PT, não será o voto em Lula que vai impedir a entrega das estatais. Somente as lutas e mobilizações dos trabalhadores podem impedir a entrega do patrimônio.

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