Alckmin e Haddad: o mesmo projeto para a Educação

Leia a nota divulgada pelo PSTU sobre as mobilizações dos professores estaduais e do município de São Paulo

Os professores estaduais de São Paulo estão em greve desde o dia 19 de abril. Já os trabalhadores em educação municipal iniciam sua greve no dia 3 de maio. Os professores estaduais lutam contra a precarização das condições de trabalho, por melhores salários e contra o projeto de ensino médio integral, que de bom tem apenas a propaganda. Os trabalhadores em educação do município, por sua vez, também lutam por melhores salários e condições de trabalho.
 
Os professores estaduais lutam contra a privatização da assistência médica e contra a privatização da educação, que ocorre através de parcerias com empresas privadas, o mesmo também ocorre na prefeitura de São Paulo. A luta destas duas categorias é, portanto, por uma escola pública de qualidade, por melhores condições de trabalho e pelo direito das crianças aprenderem.

O estado de São Paulo é governado por Geraldo Alckmin do PSDB e a prefeitura de São Paulo por Fernando Haddad, do PT. Apesar da propaganda de que são oposição um ao outro, na hora de governar são bem parecidos. Ambos desrespeitam o magistério, implementam parcerias privatizantes e governam para os ricos.

Por defender uma Educação pública gratuita e de qualidade, o PSTU apóia a greve dos professores estaduais contra Alckmin e a greve dos trabalhadores em educação contra Haddad. Vamos unificar as lutas em defesa da educação!

Essa unidade na luta pela educação pública gratuita e de qualidade é fundamental pois, além de Alckmin e Haddad terem o mesmo projeto para a educação, também contam com o aval do Governo Dilma que propôs um plano nacional de educação privatizante, com manutenção de baixos investimentos na educação pública, além de ser responsável por uma inflação que corrói os salários de todos os trabalhadores e também dos trabalhadores em educação.

No estado, PSDB destrói a educação pública

Após 20 anos de PSDB, a educação paulista está agonizando. Cerca de 70% dos estudantes estão concluindo seus estudos e são considerados analfabetos funcionais. As escolas não contam com estrutura adequada e os professores tem um dos menores salários do país. Nas escolas não existem laboratórios, e muitas sequer tem computadores. Transformaram as escolas em depósitos de crianças. Em São Paulo existe um verdadeiro apartheid. As escolas dos pobres e as escolas dos ricos.  É contra essa situação que os professores lutam.

Além dos baixos salários e péssimas condições de trabalho, cerca de 50 mil professores tem seu contrato de trabalho precarizado. Os professores “categoria O” não recebem férias, 13º salário e ainda são obrigados, após 1 ano de trabalho, a ficarem 200 dias sem trabalhar. As professoras, que são a grande maioria, não tem direito a 6 meses de licença maternidade, como as demais professoras.

Desde 2009 os professores têm direito de cumprir 1/3 de sua jornada de trabalho em atividades de preparação das aulas, correção de trabalhos e provas. O governo simplesmente não cumpre essa lei, obrigando os professores a trabalhar fora do horário e nos fins de semana, piorando as condições de trabalho.

Na prefeitura, novo governo e o mesmo projeto

Os trabalhadores em educação que estavam na expectativa de mudanças com o governo Haddad em pouco tempo se decepcionaram. Apesar dos discursos de campanha de que a educação seria uma das prioridades  o que se vê é uma inversão das prioridades. Até o momento o governo não só ataca direitos e conquistas da categoria, como foi o veto ao PL 310 que, entre outras coisas, garantiria mais  duas referências no plano de carreira ,como também, num total desrespeito aos educadores, apresentou proposta salarial de 11% parcelado em cinco anos. A proposta é tão ridícula que é  motivo de piada nas escolas municipais. Agora reavaliaram e reduziram para três parcelas: 2014, 2015 e 2016.

Haddad, além disso, amplia a privatização da educação. Diferente do que prometeu, não só mantém como amplia as PPP’s na Educação, as terceirizações e convênios. Com tais medidas, as verbas que poderiam priorizar a educação pública , a valorização salarial e  melhoria das  condições de trabalho, vão parar nas mãos de empresas privadas

O secretário da educação César Calegari se  diz perplexo com a greve. Precisamos dizer a ele que perplexos estão os educadores  com a cara de pau do governo de usar o reajuste do padrão previsto em Lei  desde 2010 como proposta e ainda apresentar esse reajuste do tipo “Casas Bahia”, parcelados em três anos e só a partir de 2014.

No Brasil

Grande parte dos professores da escola pública acumula cargo. Com salários que não chegam a dois mil reais por mês os professores acabam  acumulando mais um cargo para poderem viver com dignidade. As mulheres são as que mais sofrem com a jornada de trabalho que chega a 10 , 12 horas por dia, além disso são elas no geral  que têm uma tripla jornada com os cuidados domésticos e filhos.

Os profissionais em educação estão adoecendo, no geral  estresse da  jornada estafante, o número de alunos por sala e a inclusão feita  sem critério e a violência cotidiana nas escolas tem deixado o professor e funcionários cada vez mais doentes. Basta olhar todos os dias o Diário Oficial para constatar a lista imensa de licenças médicas e readaptações.

Por tudo isso o PSTU está ao lado da educação pública, contra Alckmin e Haddad! Todo apoio à greve da Educação!

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