É necessário apoiar a luta dos metalúrgicos pelo emprego

O objetivo da GM é intimidar os trabalhadores, aterrorizar a cidade e impedir a mobilização dos operáriosOs trabalhadores da General Motors em São José dos Campos (SP) foram surpreendidos, na manhã desta terça-feira, 24 de julho, ao serem impedidos de entrar na empresa para trabalhar. Durante a madrugada, a empresa deu ordens aos trabalhadores do terceiro turno para que deixassem a fábrica antes mesmo do término de seu horário de trabalho.

A ação realizada pela GM caracteriza-se como um locaute (greve patronal), prática proibida pela legislação brasileira, e é uma resposta covarde da empresa às mobilizações dos trabalhadores.

Desde o final de 2011, a GM vem demitindo trabalhadores nas plantas de São José dos Campos e São Caetano. Recentemente, a empresa fechou o segundo turno do MVA (Montagem de Veículos Automotores) na planta de São José, setor da fábrica responsável pela produção de veículos comerciais leves, como, por exemplo, o Corsa. Agora, a intenção da empresa é fechar todo o setor do MVA, o que implicaria em aproximadamente 1.500 demissões. Um desastre social para São José dos Campos e a região do Vale do Paraíba.

Desde o início deste processo o PSTU tem apoiado as mobilizações dos trabalhadores e a campanha pela manutenção dos postos de trabalho realizada pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José, filiado à CSP-Conlutas. Esta campanha ganhou mais força e visibilidade nas últimas semanas com a realização de passeatas, caravana a Brasília, paralisações e uma greve de 24 horas.

Para esse dia 24 estavam programados uma assembléia com os operários da empresa, assim como um ato nacional que contaria com a presença de representantes de inúmeros sindicatos, centrais sindicais e partidos políticos.

Utilizando-se da desculpa de proteger a integridade física dos trabalhadores, a GM veiculou uma nota que não consegue esconder os reais motivos do locaute. Ao citar as razões pelos quais optou por esta ação, a nota da empresa afirma que “considerando as fortes evidências de mobilizações internas na Fábrica de São José dos Campos nas últimas horas” a empresa optou por conceder licença remunerada a todos os funcionários.

A nota veiculada pela empresa não deixa margem para dúvidas: por mais que a GM busque esconder estamos perante um locaute patronal cujo objetivo é impedir a organização democrática e a mobilização dos trabalhadores. E isso reforça a preocupação de que a empresa queira demitir 1500 trabalhadores sem que haja reação.

O PSTU repudia a ação vergonhosa da empresa. O objetivo da GM é intimidar os trabalhadores, aterrorizar a cidade e impedir a mobilização dos operários e do sindicato em defesa do emprego.

Esta atitude antidemocrática é ainda mais grave, pois ocorre um dia antes da realização de uma reunião entre o sindicato, a empresa, o Ministério do Trabalho e a prefeitura, reunião esta marcada com o objetivo de avançar nas negociações para evitar as demissões. O locaute da GM demonstra a completa intransigência da empresa e sua enorme irresponsabilidade social.

Dilma deve garantir a estabilidade no emprego
A ação da GM é ainda mais irresponsável se levarmos em conta que a empresa tem recebido vultuosos benefícios fiscais do Governo Federal, como a isenção do IPI, o que tem gerado generosos lucros para seus acionistas. Somos contra a isenção fiscal para as empresas que, como já dissemos, só beneficiam as empresas e não garantem nada para os trabalhadores.

O PSTU apóia a luta dos trabalhadores da GM em defesa da manutenção dos postos de trabalho. Exigimos da presidente Dilma que ela utilize seu poder de pressão sobre a empresa, garantindo a estabilidade no emprego para os trabalhadores da GM de São José.

Chamamos a todos os sindicatos e movimentos sociais do país para uma campanha de apoio à luta dos trabalhadores da GM e contra as demissões. Outros ataques estão sendo feitos pelas grandes empresas contra o emprego dos trabalhadores. Unifiquemos nossa luta contra as demissões na GM e em todo o país.

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