Ativistas condenam agressões homofóbicas
Raíza Rocha

Na tarde deste dia 21 de março, lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e simpatizantes da luta LGBT tomaram as ruas do centro de Salvador para exigir do Governo Dilma a criminalização da homofobia. A manifestação foi convocada pelo Fórum Baiano LGBT após o mais recente caso de violência homofóbica contra dois jovens homossexuais na capital baiana. No início deste mês, um casal gay foi brutalmente espancado na Estação de ônibus Pirajá por seis homens armados com faca e pedaços de madeira.

Os manifestantes seguiram em passeata da Praça da Piedade a Praça Municipal, onde se localiza a prefeitura de Salvador e a Câmara de Vereadores. Durante todo o percurso, carregaram cruzes para simbolizar as vítimas de crimes de ódio que, só em 2011, somaram 277 assassinatos contra homossexuais no Brasil segundo pesquisa do Grupo Gay da Bahia (GGB). Nos últimos 5 anos, esse tipo de crime aumentou 113% no país. O estado baiano lidera, pelo sexto ano consecutivo o triste ranking dos assassinatos de homossexuais, com o índice de 10,66% do total de casos do Brasil.

“Apesar do aumento significativo do número de assassinatos e casos de violência contra homossexuais em todo o país, Dilma segue rifando as reivindicações dos setores mais oprimidos em troca do apoio da bancada evangélica. Não é a toa que o PLC que criminaliza a homofobia permanece engavetado no seu governo, o Kit anti-homofobia foi vetado e o debate da legalização do aborto segue como um tabu”, afirma o professor e militante LGBT e do PSTU, Carlos Nascimento.

O ato foi encerrado com um beijaço contra a homofobia proposto pela ANEL. O PSTU esteve presente na manifestação e criticou o veto de Dilma ao Kit “Escola sem homofobia” e as suas alianças espúrias com a bancada evangélica e grupos católicos no Congresso Nacional, que tem custado a não aprovação do PLC 122/6 de criminalização à homofobia.

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