A campanha do PSTU na TV e no rádio não tem promessas nem planos mágicos de salvação. Em vez de usar efeitos especiais e demagogia para pintar um mundo cor de rosa, o partido usa seu tempo para tentar desenvolver a consciência dos trabalhadores e apoiar as lutas. Assim, além de apresentar uma alternativa para as eleições, através de seus candidatos e de Heloísa Helena, o partido usará o tempo para denunciar os ataques aos direitos dos trabalhadores, que tanto Lula como Alckmin escondem, mas pretendem fazer.

No Rio de Janeiro, por exemplo, Cyro Garcia, candidato a deputado federal, usará o seu primeiro programa para atacar a vida boa dos banqueiros no governo do PT. “Até Lula reconheceu. Só o salário é que caiu”, diz Cyro, em uma referência ao ato falho do candidato-presidente, em sua entrevista ao Jornal Nacional. Cyro termina a fala convocando a assembléia dos bancários. Em outros programas e nas poucas inserções a que terá direito, Cyro também denunciará a reforma sindical e trabalhista.
Outros temas também serão abordados. Em São Paulo, Mancha, candidato ao Senado pela frente, irá denunciar a invasão de Israel no Líbano e chamar a luta contra o massacre. A cidade, com uma grande comunidade árabe, já foi palco de dois grandes protestos, o último, com cerca de 5 mil pessoas. No Mato Grosso do Sul, o primeiro programa do partido também será dedicado ao tema.

O partido irá destacar a luta contra a opressão. A candidatura de Mancha, negro e operário, contrasta com as dos demais candidatos de São Paulo, como a do empresário Afif Domingos. A luta contra a opressão e o preconceito também estará expressa em diversas candidaturas pelo país, como a de Dayse Oliveira, para o Senado, pelo Rio de Janeiro. Em seu primeiro programa, nesta quarta, 14, Dayse defenderá a política de cotas para negros e negras, como uma das medidas contra a discriminação: “O Estado tem uma dívida com o povo negro. Basta de racismo!”. Os programas de Dayse e o de Vanessa Portugal, candidata ao governo de Minas, usarão ainda a frase “Agora é que são elas”, aparecendo ao lado da candidata da frente à Presidência, Heloísa Helena, e denunciando sanguessugas e mensaleiros.

Pouco tempo
Não é só no conteúdo que a campanha do PSTU será diferente. O tempo do partido e da frente será bem pequeno. Enquanto a população será obrigada a ver Alckmin em cinco inserções diárias, a maioria dos programas do PSTU não ultrapassa os 20 segundos. Por conta da legislação antidemocrática, em muitos locais os candidatos falarão apenas 6 segundos, algo que levaria ao pânico qualquer marqueteiro da burguesia. Não ao PSTU. Pode-se até dizer que o partido já está acostumado a isso. Em 10 anos de propaganda na TV, o partido aprendeu a transmitir a sua mensagem em poucos segundos. Em um terreno que não é seu, tem conseguido usar de criatividade para denunciar os ataques aos trabalhadores, apresentar uma alternativa nas eleições e afirmar que só a luta muda a vida.

MULTIMÍDIA

  • Veja o primeiro programa de Mancha, candidato ao Senado por São Paulo

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