Em todo o país, os trabalhadores e estudantes estão mobilizados para o Plebiscito sobre a Alca, que acontece de 1 a 7 de setembro. Junto com as pastorais sociais, os movimentos popular e estudantil, o MST e sindicatos de diversas categorias, militantes e candidatos do PSTU estão jogando peso na preparação e organização do plebiscito. Veja as atividades realizadas em alguns estados.

São Paulo
Passeata pára a Paulista, o centro financeiro da capital

A principal avenida da cidade, a Paulista, foi tomada no dia 8 de agosto por cerca de mil pessoas em protesto contra as negociações da Área de Livre Comércio das Américas (Alca). As atividades começaram cedo, por volta das 7 da manhã, com panfletagens nas estações do Metrô, explicando as conseqüências da Alca e chamando à participação no plebiscito. Os manifestantes caminharam da Praça Oswaldo Cruz até o Masp, onde se encontraram com um ato de bancários e seguiram até o Banco Central.
Além desta atividade central, que uniu militantes do PSTU, setores do PT, MST e movimentos populares, panfletagens e atos estão acontecendo em todas as regiões da capital e no interior do Estado, com destaque para as muitas palestras sobre a Alca em escolas e universidades.

Rio de Janeiro
Plebiscito envolve sindicatos, juventude e movimentos sociais

A jornada de esclarecimentos sobre a Alca no Rio de Janeiro teve diversas atividades centralizadas entre 4 e 18 de agosto, com panfletagens, debates e passeatas. O principal evento foi no dia 18, com uma caminhada pela orla que reuniu mais de mil pessoas. Além dessas atividades, os comitês regionais e setoriais da capital e interior também organizaram atos chamando à participação no Plebiscito sobre a Alca. Ao todo, foram distribuídos mais de 250 mil jornais da campanha.
Para a organização do plebiscito e distribuição de materiais para a votação, foram feitas plenárias setoriais: dia 19 de agosto com os sindicatos; dia 20 com a juventude; dia 21 com as pastorais e movimentos sociais e dia 22 com os comitês dos bairros e do interior. A idéia é, durante a Semana da Pátria, ter urnas em todas as principais praças, nas igrejas, escolas, sindicatos, universidades e associações. Haverá também urnas itinerantes. O plebiscito será aberto com uma carreata no sábado, dia 31.

Minas Gerais
Metalúrgicos na linha de frente

O lançamento da Campanha Salarial dos metalúrgicos foi acompanhado de manifestações contra a Alca, no dia 9 de agosto. A atividade principal na Grande Belo Horizonte foi uma assembléia na empresa Belgo Mineira, com concentração na porta da fábrica e atraso na entrada dos operários. Em seguida, foi feita uma caminhada no centro da cidade industrial, com dirigentes metalúrgicos e de outras categorias e representantes do MST. No interior do Estado, panfletagens e assembléias também marcaram o lançamento da campanha com a distribuição do jornal nacional sobre a Alca.
Os preparativos para o plebiscito já começaram, com distribuição das urnas, cédulas e materiais. A coleta de votos será feita nos sindicatos, paróquias e associações de moradores. Estão sendo montadas urnas também nas saídas do metrô, em feiras e praças da capital e cidades do interior.

Ceará
Três mil em marcha contra a Alca

A atividade central da Campanha contra a Alca no Ceará foi a Marcha Estadual que reuniu três mil pessoas em Fortaleza, no dia 8 de agosto. A força do ato fez com que a imprensa local noticiasse com destaque a luta dos movimentos sociais e dos trabalhadores contra a entrada do país na Área de Livre Comércio das Américas. Raimundo de Castro, o Raimundão do PSTU, foi o único candidato ao governo do Estado à comparecer à marcha, sendo noticiado pela imprensa como um dos seus principais organizadores.
Para a realização do plebiscito foram rodadas 800 mil cédulas, já divididas entre os diversos setores que participam da campanha. No interior do Estado haverá urnas nos sindicatos de trabalhadores rurais e assentamentos do Movimento Sem Terra. Em Fortaleza, a votação será concentrada nas universidades Federal e Estadual, na Escola Técnica (Cefet), sindicatos dos Comerciários, Construção Civil e Sapateiros e nos muitos comitês de bairro engajados na mobilização.

Rio Grande do Sul
Campanha é forte no interior

A Campanha contra a Alca no Rio Grande do Sul envolve diversos setores do movimento operário e da juventude, mas tem sua maior força na mobilização dos trabalhadores sem-terra, sindicatos rurais e pastorais sociais da Igreja no interior do Estado. As principais cidades têm comitês organizados, que já distribuíram 500 mil jornais sobre o plebiscito (250 mil exemplares do jornal da coordenação nacional e 250 mil do comitê estadual). De 7 a 9 de agosto, foram realizados doze acampamentos em praças centrais de cidades no interior. Também nesses locais, plenárias para discutir as conseqüências da Alca sobre o país têm reunido de 500 a 800 pessoas.
Em reunião com os organizadores do plebiscito, dia 16 de agosto, o governador Olívio Dutra comprometeu-se a permitir que sejam colocadas urnas de votação nos prédios públicos.

Pará
Seminário discute e rechaça entrega da Base de Alcântara

Um seminário sobre a entrega da Base de Alcântara aos Estados Unidos contou com a presença de cerca de mil pessoas no dia 8 de agosto, em Belém. Os palestrantes foram o candidato à Presidência da República, Zé Maria de Almeida (PSTU); o membro da coordenação nacional do MST e da Campanha contra a Alca, João Pedro Stédile; o prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues; o jornalista da revista Caros Amigos, José Arbex Jr.; e o deputado federal e membro da comissão responsável pelo parecer sobre a entrega da Base de Alcântara, Zenaldo Coutinho (PSDB). Após o seminário, houve passeata e ato público em frente do consulado norte-americano.
O seminário do dia 8 foi estadual mas, em todos os finais de semana desde o início de agosto, estão acontecendo discussões e atos regionais para organizar o plebiscito. Também é grande o número de palestras já realizadas em escolas estaduais, nos vários cursos da Universidade Federal do Pará e em associações de moradores de diversas comunidades.

Pernambuco
Mulheres e trabalhadores da Educação na luta contra a Alca

Desde 7 de agosto, atividades diárias têm agitado Recife e as principais cidades no interior. Um dos principais eventos foi uma passeata seguida de ato em frente ao Palácio do Governo, organizada pelos trabalhadores da Educação no dia 8. Destaque também para a mobilização das mulheres, que realizaram, no dia 9, um debate no Sindicato dos Servidores Municipais e um ato político-cultural. No dia 14, ocorreu um seminário como parte da Marcha Mundial das Mulheres. A candidata do PSTU ao governo do Estado, Ana Lins, participou de todas atividades.
A organização do plebiscito está a todo vapor e já foram definidos os locais de votação nas universidades, associações de bairro, escolas e principais praças de Recife e cidades do interior. Os acampamentos e assentamentos do Movimento Sem Terra, que são muitos no Estado, também receberão urnas.

Post author Luiza Castelli,
da redação
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