PSTU-MA

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Em artigo publicado no último domingo, o pré-candidato à Prefeitura de São Luís pelo PSOL, Franklin Douglas, apresenta a cidade de Wuhan, na China como “exitosa experiência de enfrentamento à pandemia de Covid-19” e propõe ao município pedir ajuda à cidade chinesa com base em acordo de cooperação assinado entre as cidades em 2015.

Justifica ainda que não é momento de rinha e preconceito ideológico e que é preciso apostar nos acertos que se confirmaram ao combate à Covid-19. Por fim, elogia as medidas adotadas pelo governador Flávio Dino (PCdoB) e pelo prefeito Edvaldo Holanda Júnior (PDT) como ágeis, corretas e acertadas.

Primeiramente, queremos esclarecer que as autoridades de Wuhan, na China, são exemplos de negligência e omissão no combate à pandemia. Negligentes ao ponto de organizar, em 18 de janeiro, 11 dias depois que o presidente chinês já havia ordenado “impedir e controlar o novo surto de coronavírus”, um banquete para 40 mil famílias na tentativa de bater um recorde mundial.

Na China, 3.270 pessoas já morreram devido à Covid-19, sendo 7 em Wuhan só nesta terça-feira (23). A suposta experiência exitosa já resultou na demissão do chefe e o diretor do Departamento de Saúde e na punição de cerca de 300 funcionários por “descumprimento do dever”.

Outra questão é como se avalia a atuação dos governos nesta crise. Nós do PSTU temos denunciado que os governos no Brasil, mesmo os governadores e prefeitos, e sem falar em Bolsonaro, seguem cometendo os mesmos erros da China e da Itália, onde a pandemia gerou milhares de infectados e mortos.

Ainda que levássemos em consideração as “medidas para um plano de contingência do Covid-19 em São Luís” feitas pelo candidato do PSOL, as respostas de Flávio Dino e Edvaldo Holanda Júnior se mostrariam limitadas, especialmente quando envolvem o enfrentamento aos grandes empresários e às multinacionais. Por exemplo, se omitem na suspensão do transporte coletivo, no funcionamento dos bancos, no controle do porto do Itaqui, além de não tomarem nenhuma medida em relação à Vale e à Alumar.

A omissão e a negligência dos governos, sejam na China, na Itália ou no Brasil, estão custando a vida de milhares de pessoas. É hora de agir com independência de classe e construir um programa revolucionário para colocar os trabalhadores em ação contra os governos e os patrões.

Exigir a revogação da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), da Emenda Constitucional 95 que congela gastos com saúde e outras áreas sociais, e o não pagamento da dívida pública devem ser pautas prioritárias de qualquer plano que pretenda defender os trabalhadores na luta contra a pandemia.