Os militantes do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) decidiram, em conferência realizada neste sábado, 27, lançar o professor de Sociologia da Universidade Federal do Piauí (UFPI), Geraldo Carvalho, como pré-candidato ao governo do Estado do Piauí. Ex-presidente do Sindicato dos Bancários e ex-professor da rede básica estadual, Geraldo é um dos militantes de maior respeito e simpatia na vanguarda dos movimentos sociais piauienses.

Seguindo a mesma orientação do partido em nível nacional, o PSTU espera conformar a frente de esquerda classista e socialista com PSOL e PCB, tendo, no Piauí, Geraldo Carvalho como cabeça de chapa.

“Embora o nome da chamada base aliada do governo esteja ainda indefinido, sabemos que as candidaturas que possam surgir dela, assim como a do PSDB, não têm nenhuma diferença em termos de programa de governo. Ou seja, os candidatos da situação e da oposição de direita vão continuar defendendo os interesses dos grandes empresários, dos latifundiários, e implementando políticas de arrocho salarial dos servidores e precarização dos serviços públicos, como acontece atualmente no governo do Estado e na Prefeitura de Teresina”, afirmou Geraldo.

Para ele, é necessária a composição da frente de esquerda, seja em nível nacional, seja no Piauí, para combater a “falsa polarização entre PT e PSDB”. Segundo ele, em todo o Piauí, a situação é de crise em todos os setores. “A população não consegue bom atendimento nos hospitais públicos, não há valorização da educação pública, falta emprego, não há clima de segurança nas ruas e nem mesmo dentro de casa. Esse é o resultado de anos e anos de uma política econômica neoliberal que perpassou os governos FHC e Lula, seguida fielmente por Wellington Dias e Sílvio Mendes. É preciso romper com essa ordem e defender um governo efetivamente dos trabalhadores”, disse.

Sobre a coligação com o PSOL e PCB, o PSTU no Piauí se coloca à disposição dos setores da esquerda classista e socialista para abrir um processo de diálogo acerca da unidade nas eleições. “A unidade, sabemos, não se faz apenas em torno de um nome, mas principalmente tendo um programa mínimo como referência. Fazer a defesa de um programa socialista para atacar a crise, como o não pagamento da dívida pública, é um dos pontos. Além disso, defendemos, por princípio, a independência de classe. Ou seja, a frente de esquerda não deve aceitar financiamento de empresas. O que aconteceu com a candidatura de Luciana Genro, no Rio Grande do Sul, em 2008, que recebeu dinheiro da Gerdau, é inaceitável”, completa.

O PSTU lançou como pré-candidato a presidente da República o metalúrgico José Maria de Almeida, o Zé Maria. Nacionalmente, o partido vem defendendo a construção da frente de esquerda com o PSOL e PCB, mas a tarefa não tem sido fácil. “Até o momento, a política da direção nacional do PSOL caminha em outro sentido. Quando o PSOL decidiu abrir um processo de negociação com Marina Silva (PV), sinalizou que não pretende defender um programa classista e socialista, já que o PV tem a presença de grandes empresários e não defende os interesses da classe trabalhadora”, lamenta Geraldo Carvalho.