O PSTU está apresentando suas primeiras candidaturas a governos estaduais, aproveitando o processo eleitoral para oferecer uma verdadeira alternativa de esquerda aos trabalhadores, ao movimento popular e à juventude brasileira.

Em vários estados a opção da direção do PT de não romper com os pilares da política econômica que vigora no país tomou dimensão prática. Lamentavelmente, foi assim onde o PT governa (Rio Grande do Sul e agora Rio de Janeiro, onde a governadora assumiu negando-se a atender sequer parcialmente as reivindicações dos profissionais de educação em greve).

Em outros locais é a política de alianças petista que inviabilizou uma autêntica unidade da esquerda e dos partidos da classe trabalhadora.

No caso de São Paulo, a candidatura do deputado federal José Genoíno não precisou sequer chegar ao governo para provocar alguns escândalos no movimento social; por exemplo, quando declarou (no “melhor” jargão malufista) ser a favor da “Rota na rua” no momento em que explodia a onda de seqüestros e assassinatos (inclusive de importantes prefeitos petistas) no Estado.

Cyro Garcia
Rio de Janeiro

“Nossa candidatura será de oposição ao governo de Benedita“

O PSTU aprovou o lançamento das pré-candidaturas de Cyro Garcia ao governo do Estado e de Florinda Lombardi a uma das vagas do Rio de Janeiro no Senado Federal.

Cyro é Bacharel em Direito pela UFRJ e Mestre em História pela Universidade Federal Fluminense, bancário do Banco do Brasil e membro da Executiva do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, entidade que presidiu entre os anos de 1988 e 1991. Desde 1994, ano da fundação do PSTU, preside o partido no Rio de Janeiro, sendo que nas eleições de 1998 também foi candidato a governador.

A candidatura do PSTU será de oposição ao atual governo de Benedita da Silva e do PT, que tem sido intransigente com a greve dos profissionais de Educação e que pretende realizar uma administração de parceria com FHC.

Cyro defenderá na campanha que Benedita faça uma auditoria que reestatize as empresas estaduais privatizadas pelo governo Marcello Alencar e que invista massivamente nas áreas sociais, como no combate à dengue, e deixe de pagar a dívida do Estado com a União.

Florinda Lombardi é professora estadual, foi fundadora do PT e da CUT e do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (SEPE), presidindo este Sindicato durante duas gestões. Como uma das principais lideranças do movimento dos profissionais de Educação se elegeu vereadora da cidade do Rio de Janeiro pelo PT em 1996. No ano passado, por diferenças programáticas, deixou este partido e ingressou no PSTU.

Já está programado para o dia 8 de maio o primeiro encontro dos pré-candidatos com a militância e com os trabalhadores do Rio de Janeiro. Será realizado um Ato-festa no Sindicato dos Bancários.

Raimundão
Ceará

O PSTU lança a candidatura do Raimundo Pereira de Castro, o Raimundão, ao governo do Ceará. Raimundão é hoje a maior liderança do movimento operário do Ceará. Há vinte anos à frente do sindicato dos trabalhadores na indústria da Construção Civil, setor responsável por quase 50% do PIB do Estado e uma das categorias que mais enfrentou a patronal.

Uma das principais lideranças do ato antiglobalização contra o BID, responsável pela passeata de trabalhadores da construção civil que fechou o centro da cidade no último 21 de março. Raimundão foi candidato ao Senado em 1998, obtendo quase 70 mil votos, e a prefeito de Fortaleza em 2000.

Infelizmente, seguindo a lógica do ‘eleger  à qualquer custo’,  PCdoB que pretendia fazer  Inácio Arruda Senador, preferiu permanecer com representantes da burguesia local e fechou apoio à candidatura de Wellinton Landim, ex-PSDB e agora PSB, um grande latifundiário e representante de uma fatia da burguesia local. O PT, que no início brigou internamente para apoiar Landim, quando viu que Garotinho tiraria votos de Lula no Ceará, resolveu lançar candidatura própria.

Mas, Raimundão e o PSTU ganham cada vez mais simpatia, respeito e apoio dos trabalhadores e da juventude. Daí porque  na última pesquisa Raimundão aparece com 7% das intenções de votos. “Vamos conversar com cada trabalhador, principalmente os de periferia, desabrigados, desempregados, e cada jovem acerca da necessidade de propostas anticapitalistas como única forma de conquistar uma vida melhor. Nossa luta será por um Ceará para os trabalhadores” disse Raimundão.

Júlio Flores
Rio Grande do Sul

O PSTU decidiu lançar candidatura própria no Rio Grande do Sul  para  mostrar como o governo petista não enfrentou a burguesia e o governo federal, preferindo atacar os trabalhadores e desiludindo setores que confiaram em grandes mudanças, como os trabalhadores em Educação que seguem amargando um arrocho salarial vergonhoso com um piso de R$ 166.

O candidato a governador será Julio Flores, 42 anos, professor da rede pública estadual e municipal, candidato a prefeito de Porto Alegre em 1996 e 2000 e a senador em 1998, quando o partido chamou o voto na chapa do PT para o governo. Julio começou no movimento estudantil da PUC e depois como bancário esteve a frente das principais lutas dos anos 80 e 90, tendo destaque na contra a privatização do Banco Meridional, do qual era funcionário.

Decidimos lançar candidatura própria porque infelizmente nenhum setor da esquerda do PT se contrapôs aos rumos do governo petista, pelo contrário. Setores da esquerda desse partido apoiaram Tarso Genro na prévia interna, com o slogan “Tarso pra vencer”. A vitória de Tarso nas prévias coloca como perspectiva uma campanha e um futuro governo ainda mais palatável para setores da burguesia do que foi o de Olívio.

Levantaremos um programa alternativo ao da Frente Popular que se mostrou completamente incapaz de resolver os problemas mais sentidos pelos trabalhadores do RS. Utilizaremos destas eleições para fortalecer a luta dos trabalhadores e da juventude gaúcha e ofereceremos nosso partido para todos aqueles que querem construir uma sociedade socialista.

Dirceu Travesso
São Paulo

“José Genoíno engrossou o coro dos adeptos da “Rota nas Ruas“…“

O bancário Dirceu Travesso, 43 anos, um dos fundadores do PSTU, será o candidato do partido ao governo do Estado. Dirceu é bancário desde 1981, tem uma longa e destacada trajetória de ativismo, participação e liderança de lutas e mobilizações não apenas da sua categoria.

Tanto que hoje Dirceu, além de diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo, é membro da Executiva Nacional da CUT. Como um dos articuladores da Rede Internacional de Solidariedade, Dirceu esteve presente nas mobilizações contra a Globalização em Quebec, Canadá, e na mobilização contra a Alca, em Buenos Aires, ambas ocorridas em 2001.

Para Dirceu, o desafio de ser o porta-voz da apresentação de um programa e de uma alternativa de esquerda socialista em São Paulo é ainda maior “diante da impressionante postura do candidato petista ao governo do Estado José Genoíno. Recentemente ele fez uma verdadeira declaração de guerra ao MST após a ocupação da fazenda do presidente. Ele sinalizou que um eventual governo seu seria de total ruptura e choque com os sem-terra”.

Dirceu destacou ainda que “não se deve também minimizar a política que Genoíno anunciou para Segurança Pública há dois meses atrás, quando engrossou o coro dos adeptos do Rota nas ruas, ou seja, mais polícia e de caráter ainda mais repressivo”.