Alejandro Iturbe fala na abertura da nova sede
Eduardo Henrique

Na tarde de sábado, 14, cerca de vinte e cinco ativistas e militantes dos movimentos sociais de Macaé e do Norte-Fluminense abriram as portas de mais uma sede do partido. O evento foi marcado por um debate acerca da situação da Venezuela proferido por Alejandro Iturbe, da direção da Liga Internacional dos Trabalhadores – Quarta Internacional (LIT-QI).

Durante o debate ficou explícita a posição da LIT e do PSTU acerca das lutas do povo venezuelano e das posições contraditórias do governo Chávez. Apesar das muitas confusões veiculadas na mídia em geral, os dados trazidos por Iturbe mostraram claramente a posição assumida por seu governo de não-ruptura com o imperialismo estadunidense e mesmo de aproximação com o imperialismo europeu. Segundo Iturbe, “40% da produção petroleira venezuelana é controlada por multinacionais”, o que mostra a falsidade do discurso de independência veiculado por Chávez.

Outro tema trazido para o debate pelos ativistas foi a atualidade do socialismo e incapacidade das medidas compensatórias impostas pelos governos latino-americanos. Os dados mostrados por Iturbe esclarecem a respeito do crescimento desse tipo de política na mesma medida em que crescem os pagamentos da dívida externa, ou seja, aprofunda-se a dependência ao passo em que se submete amplos setores ao clientelismo dos governos em troca de seu apoio e fidelidade eleitoral.

Após o debate, houve uma confraternização que se estendeu até as 21h alimentada sempre pela curiosidade sobre diversos temas dos movimentos sociais. “Esta palestra me incomodou! Percebi que existe uma nova realidade com diversas pessoas lutando por melhorias e quero entrar na luta com elas”, disse a professora Angélica Costa.

Leonardo “Mosquito”, presente ao evento representando o PSOL da região, afirmou que “é muito importante a abertura de mais um espaço de referência de lutas em nossa região”. O que ficou claro para todos os presentes é que agora, em Macaé, existe um espaço de divulgação e de debates sobre a conjuntura e os movimentos sociais.

Segundo Alexandre Elias, professor da rede estadual e municipal, “devemos fazer desse espaço, a nossa referência e o nosso local de encontros e estudos, a classe trabalhadora pode entrar e ficar à vontade porque a casa é sua e esse foi o primeiro de vários eventos que queremos construir na região”.

No Rio de Janeiro, capital, foi realizada palestra com Alejandro e Octacílio Ramalho na noite anterior. Cerca de 90 pessoas participaram, incluindo dois companheiros dos Círculos Bolivarianos. A presença destes esquentou a polêmica e motivou a promessa da continuidade do debate.