Atividade de lançamento da secretaria LGBT do PSTU em Belém
Sérgio Koei

Secretaria nasce em um momento importante da luta dos homossexuais no BrasilNo dia 12 de abril, aconteceu em Belém o lançamento da Secretaria LGBT do PSTU. Com o tema “Chega de violência: pela aprovação da PLC 122/06”, cerca de 150 pessoas reuniram-se para prestigiar o surgimento de mais uma ferramenta de luta contra a homofobia.

Vários ativistas do movimento LGBT estiveram em nossa atividade, a exemplo de Rebeca Brandão da Associação LGBT de Tucuruí (ALGBTUC), o Grupo Amanagé’s, estudantes da Universidade Federal do Pará e da Universidade Estadual do Pará, operárias e operários da construção civil, professores, Movimento Mulheres em Luta – Belém, Atnágoras Lopes da CSP-CONLUTAS Nacional, ANEL-Pará etc.

Os LGBT’s no Brasil têm enfrentado, no último período, um duro ataque em relação as suas reivindicações: o veto de Dilma ao Kit anti-homofobia, a revisão da redação da PLC 122/06 pelo deputado Marcelo Crivella (Igreja Universal), a união civil que não sai do papel e mais recentemente a chegada do homofóbico e racista Marco Feliciano a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias. Uma demonstração de que por vias institucionais e pelo parlamento apenas nossas reivindicações nunca sairão do papel.

Lélia Oliveira, militante do PSTU, ressaltou em sua fala que existe hoje uma ofensiva conservadora via parlamentar que tem por objetivo impedir a aprovação de projetos que atendam principalmente as reivindicações das mulheres e dos homossexuais. Afirmou ainda que há uma contradição em um setor do movimento LGBT’s que continua apoiando o Governo Dilma, o mesmo governo que negocia os direitos dos LGBT´s em troca de apoio político e não se posiciona em relação a Marco Feliciano. Finalizou dizendo que o movimento LGBT precisa resgatar o caráter combativo e de luta que marcou o surgimento das paradas gays em 1968 com a Revolta de Stonewall.

Cleber Rabelo, vereador do PSTU em Belém, afirmou que a luta contra as opressões é parte da luta do PSTU e que, por vivemos em uma sociedade de classes, os trabalhadores sentem as opressões de forma diferenciada. Disse ainda que pretende elaborar um projeto em favor da união civil, mas que a sustentação para que isso de fato aconteça é a força do movimento. “O PSTU quer lutar contra o capitalismo, a opressão e a exploração, mas nós somos pequenos. Pra fazer tudo isso é preciso que cada vez mais pessoas venham fazer parte de nosso partido. O primeiro passo é a filiação, mas queremos mais. Queremos que vocês discutam o nosso programa para o setor LGBT e para a classe trabalhadora e construam essa ferramenta de luta politica que é o PSTU.”

A Secretaria LGBT do PSTU em Belém nasce num momento muito importante da luta dos homossexuais no Brasil. Foram 336 mortes em 2012 e a cada 26 horas um homossexual é morto no Brasil, de acordo com os dados do GGB (Grupo Gay da Bahia). Em Belém, dados da Delegacia de Crimes Homofóbicos apontam para a média de 40 ocorrências de atitudes homofóbicas.

Temos o entendimento que a Secretaria LGBT do PSTU tem um papel fundamental no combate à homofobia no Pará e que estará nas mobilizações em defesa das reivindicações não só dos LGBT’s no Estado, mas das lutas que a classe trabalhadora estará travando pela sua libertação. Afinal, a nossa luta só será consequente se homens e mulheres, negros e brancos, homossexuais e heterossexuais da classe trabalhadora juntos travarem a luta contra a opressão e exploração existente em nossa sociedade, tendo como perspectiva a construção de uma nova sociedade, a sociedade socialista.