Leia abaixo mensagem divulgada no último dia 30Companheiros e Companheiras:

O lamentável espetáculo das prévias do PT de Recife, com a guerra de liminares, as agressões físicas entre os militantes, ameaças e agressões até contra a imprensa que cobria o evento, acaba evidenciando que nessa luta não há uma disputa de projetos para governar a cidade.

Há sim uma batalha pelo comando do aparato da prefeitura com seus milhares de cargos comissionados, os contratos milionários com empreiteiras e prestadoras de serviço terceirizado, pelas verbas do PAC e tantos outros recursos federais que nunca são investidos em benefício do povo.

Então, não basta ficarmos enojados diante desse espetáculo, nossas vidas (salários, empregos, direitos) estão em jogo se esses senhores se perpetuam no poder. A classe trabalhadora da cidade de Recife e o povo pobre precisam entrar em cena e se definir por uma alternativa, no campo das lutas e das eleições também.

É, portanto obrigação dos lutadores sérios e socialistas da cidade apresentar uma alternativa a tudo isso que está aí, disputando programaticamente a consciência dos trabalhadores e do povo pobre, sem pensar na eleição como um fim em si, que justificasse a renúncia de nossos ideais.

Nós, do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) aceitamos o desafio de desmascarar o governo de frente popular em Pernambuco e em Recife e achamos que esse desafio não é só nosso, mas do conjunto da esquerda socialista como o PSOL e PCB, além dos movimentos sociais que se mantêm independentes desses governos .

Temos afirmado sem medo de errar que os governos de Dilma do PT, Eduardo Campos do PSB e João da Costa do PT estão a serviço dos grandes empresários, banqueiros, latifundiários e políticos corruptos.

Achamos que tanto os representantes da velha direita (Mendonça do DEM, Henry do PMDB, Jungman do PPS) como os candidatos governistas (João da Costa e Maurício Rands do PT) fazem parte de um mesmo projeto de governar para os ricos e contra os trabalhadores.

Por isso apresentamos o companheiro Jair Pedro como pré-candidato do partido à prefeitura do Recife. Desde muito antes das eleições temos feito um insistente chamado aos partidos de oposição de esquerda no estado, especialmente a vocês do PSOL e ao PCB, para que formássemos uma frente de esquerda. Uma frente que se expressasse nas eleições e nas lutas dos trabalhadores em Pernambuco.

Uma frente de oposição de esquerda aos governos de Dilma, Eduardo e João da Costa e vinculada ao processo de reorganização do movimento sindical, estudantil e popular no estado, com uma clara postura classista, um compromisso com a classe trabalhadora, suas lutas e reivindicações, sem qualquer relação ou apoio financeiro de setores patronais, ou com partidos de aluguel e da direita tradicional no estado.

Acreditamos que essa frente pode se concretizar em Recife nas próximas eleições e estamos dispostos a trabalhar sinceramente por isso.

O lançamento de Noélia Brito como pré-candidata do PSOL nos fez perceber que essa companheira possui as condições necessárias para encabeçar uma frente eleitoral na cidade, tendo em vista sua postura de inflexível oposição aos governos de frente popular e sua disposição militante de defender o que pensa sem se submeter a interesses escusos e negociatas eleitorais.

Por nossa inserção nos movimentos sociais na cidade e pela reconhecida trajetória de luta de nossas figuras públicas, reivindicamos a posição de vice na candidatura majoritária para Jair Pedro e um espaço de ao menos 30% no tempo de TV e rádio da majoritária para que possamos divulgar nosso programa e dar visibilidade ao nosso candidato.

Acreditamos não ser possível efetivarmos uma coligação também entre os proporcionais. Para isso seria necessário um acordo que garantisse uma divisão de tempo na TV e rádio que fosse razoável para todos os candidatos da frente. O Psol definiu como estratégia de campanha a concentração em um candidato prioritário, com mais tempo e finanças que os demais. Respeitamos essa decisão, mas não acreditamos que exista uma relação boa entre nós que permitisse um acordo plausível em uma coligação.

O anúncio público feito por Edilson Silva de que teríamos retirado nossa pré-candidatura, quando nunca houve de nossa parte sequer sinalização de que isso pudesse acontecer antes que se definisse o programa e os critérios da frente, só fez nos distanciar ainda mais da idéia de uma coligação na proporcional.

Embora saibamos que deveremos apresentar um programa político que responda aos problemas enfrentados cotidianamente pelos trabalhadores da cidade, um programa para a cidade de Recife, não vendemos a ilusão de que podemos melhorar nossas vidas apenas com uma “administração boa e honesta” da prefeitura. A maior parte dos problemas que nos atingem diz respeito a questões nacionais e estaduais.

Nada se resolverá sem a luta direta dos trabalhadores, sem campanhas nacionais e estaduais que questionem o modelo econômico levado pelos governos de Dilma, Eduardo, João da Costa/Mauricio Hands. Nada de importante se resolverá sem a luta pelo socialismo.

Dito isto, propomos como referência para um debate de programa mínimo as consignas seguintes:

  • Se Pernambuco e o Recife cresceram, os trabalhadores querem sua parte.
  • Recife para os trabalhadores.
  • Verbas públicas só para investimentos públicos.
  • Exigimos um plano estadual de obras públicas para a construção de casas populares.
  • Taxação progressiva de acordo com a renda, extensão da propriedade rural e número de imóveis.
  • Todo apoio às lutas dos sem-teto e sem-terra.
  • Contra a criminalização dos movimentos sociais.
  • Ampliação dos serviços públicos de saúde e educação em Recife.
  • Plano de obras públicas que construa mais escolas, hospitais, postos de saúde, laboratórios estatais para a produção de medicamentos na cidade.
  • Defendemos dobrar a verba destinada à saúde e à educação na cidade.
  • Acesso gratuito à cultura para a juventude pobre.
  • Pela redução nas passagens de ônibus.
  • Passe livre para estudantes e trabalhadores desempregados.
  • Estatização dos transportes públicos no estado sob o controle dos trabalhadores.
  • Por uma política de empregos para as mulheres trabalhadoras, especialmente para as mulheres jovens na cidade.
  • Plano de obras que garanta a construção de creches, lavanderias e restaurantes públicos para liberar a trabalhadora do estado das tarefas domésticas.
  • Licença maternidade de seis meses, obrigatória e garantida pelo estado.
  • Criação de um programa de assistência integral à saúde da mulher na cidade.
  • Punição mais rigorosa para todos os crimes de racismo e homofobia, com pena de prisão.

    Direção estadual do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado – PSTU

    Recife, 30 de maio de 2012

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    Nota do PSTU sobre as prévias do PT em Recife