Em Maceió (AL), a comemoração dos 40 anos do maio de 1968 não foi esquecida. Na última quarta-feira, dia 13, o PSTU realizou, na Universidade Federal de Alagoas (UFAL) duas palestras para relembrar os combativos dias de luta que marcaram muitas gerações. Com o tema “Lições do maio de 68: História e reorganização do Movimento Estudantil”, a atividade reuniu cerca de 70 estudantes e debateu as importantes tarefas do movimento de massas na atualidade.

A primeira parte da atividade contou com a palestra do professor de História e militante do PSTU, Gustavo Pessoa. Ele começou recordando algumas das muitas ondas revolucionárias que varreram o século XX, destacando a importância da vitoriosa Revolução Russa como a primeira delas. Gustavo lembrou também a ação fundamental da rebeldia da juventude francesa e o caráter internacionalista que a insurreição ganhou, incendiando vários pontos do planeta. “A vaga revolucionária de 68 foi enormemente internacionalista. Em nenhuma outra vaga anterior o movimento estudantil cumpriu um papel tão importante, tão protagonista”, afirmou.

Refletindo sobre algumas das mais importantes lições de 68, Gustavo argumentou que um dos motivos para a insurreição francesa não ter se tornado uma revolução triunfante foi a ausência de uma direção revolucionária. “Era um movimento sem uma direção conseqüente”, disse. E, comentando outro importante motivo: “sem medo de estar superestimando os acontecimentos do maio de 68, posso dizer que aqueles dias valeram por séculos e que foram terrivelmente fechados pelas traições do PC [Partido Comunista] francês”, concluiu.

A segunda parte da atividade foi marcada pela exposição do estudante de serviço social e militante do PSTU, Fabiano Costa, que lembrou a necessidade do movimento estudantil retomar a combatividade da juventude francesa de 68 na luta contra o Reuni de Lula. Ele disse, também, que o movimento vive um importante momento de reorganização, de necessidade de ruptura com as direções traidoras.

Lembrando as lutas ocorridas em 2007 e no início deste ano, das quais a UNE esteve ausente ou apoiando o governo, Fabiano comentou: “vivemos momentos de traição das direções hoje semelhantes aos de 68. Tocar as lutas internas da universidade é fundamental, mas ir além delas é mais importante ainda, inclusive reatando a aliança entre trabalhadores e estudantes”.

Fabiano ainda lembrou que uma nova etapa de lutas se abriu com a ocupação da USP e de tantas outras reitorias espalhadas pelo país, demonstrando a necessidade de se construir uma nova entidade estudantil como parte do processo de reorganização do movimento. Ao final da atividade, foi feito um chamado a todos os ativistas para participarem do Congresso da Conlutas e a continuarem na luta por uma universidade pública.