Leia abaixo o manifesto distribuído pelo partidoELES SÃO TODOS IGUAIS

O casal Garotinho são os principais responsáveis pelos 8 anos de “des-governo“ que destruíram a educação e a saúde públicas no Rio de Janeiro e arrocharam os salários dos servidores públicos. Além de todos estes ataques aos trabalhadores e aos serviços públicos, foram anos de um governo marcado por dezenas de escândalos de corrupção.

Os “Garotinhos“ indicam para sua sucessão o nome de Sérgio Cabral (do seu partido, o PMDB) e, agora no 2º turno, estão apoiando a candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) para a Presidência da República.

Porém, Cabral e o agora Senador Dorneles (do PP e ex-Ministro de FHC), candidatos dos “Garotinhos“, estão apoiando no 2º turno presidencial a reeleição de Lula. Cabral têm em contrapartida o apoio para o Governo do Estado do PT de Lula e Vladimir, do PRB de Crivela e do PCdoB.

Portanto, Cabral encabeça no plano estadual uma frente que une Garotinho, Lula, PT, PP, PCdoB e a Igreja Universal (não é de se admirar que ele tenha retirado do seu programa de governo o apoio a União Civil entre homossexuais).

Denise Frossard (PPS), candidata do Prefeito do Rio César Maia (PFL) a sucessão estadual, sempre se colocou veementemente como oposição a família Garotinho, porém apoiou Alckmin desde o 1º turno e, agora no 2º turno, participa no plano nacional de uma frente política que une Ackmin, FHC, Serra, Garotinho e César Maia. Frossard até ensaiou defender o voto nulo para Presidente, mas logo recuou para atender aos apelos seus chefes do PPS / PSDB / PFL.

Este festival de alianças eleitorais espúrias é a demonstração mais cabal que na verdade eles são todos iguais, disputam entre si para ver quem melhor vai governar para a burguesia e atacar a classe trabalhadora.

Por isso, o PSTU chama ao conjunto dos trabalhadores e todos os oprimidos e explorados a votarem nulo no 2º turno das eleições, como um primeiro grande protesto contra todos os ataques aos nossos direitos que estão sendo preparados por estes políticos e partidos apoiados pelos grandes capitalistas.

A ÚNICA ALTERNATIVA PARA OS TRABALHADORES É O VOTO NULO
Uma parcela expressiva dos trabalhadores considera que no 2º turno é necessário votar novamente em Lula para derrotar Alckmin, evitando assim a volta do PSDB-PFL ao Governo Federal.

Coincidimos com estes companheiros (as) quando eles apontam em Alckmin um candidato que representa a volta dos famigerados anos do Governo FHC, que tanto atacou os direitos dos trabalhadores, arrochou os salários e privatizou as estatais. Porém localizar que Alckmin não é alternativa, não significa afirmar que o certo então é votar em Lula.

O Governo Lula não fez outra coisa senão continuar e aprofundar a aplicação do projeto neoliberal, aplicado no Governo de FHC. Também atacou os trabalhadores via principalmente a Reforma da Previdência, continuou arrochando os salários e seguiu entregando o patrimônio público, como, por exemplo, nos leilões de venda das reservas de petróleo da Petrobrás.

Tanto o Governo de FHC como o Governo de Lula mantiveram e aprofundaram a transferência de Bilhões de Reais do Brasil para pagar os juros das dívidas externa e interna, enquanto eram cortados mais e mais verbas das áreas sociais, aprofundando a fome e a miséria do povo pobre.

Portanto, votar em Lula é passar um “cheque em branco“ para o PT e o PCdoB continuarem aplicando o projeto neoliberal em nosso país, e o que é pior, aplicando os planos dos grandes capitalistas em nome da esquerda e da classe trabalhadora.

Neste sentido não devemos fortalecer com o nosso voto nenhuma destas alternativas que estão aí. Devemos sim tornar o nosso voto útil, protestando. O voto nulo será um primeiro passo, que prepara a verdadeira alternativa dos trabalhadores, que é a mobilização em defesa de seus direitos e em defesa da soberania nacional, que tanto Lula como Alckmin tentarão atacar já em 2007.

No plano estadual, está mais claro ainda que eles, Cabral e Frossard, são iguais. Na verdade, neste 2º. turno estadual, se enfrentam dois aparatos que já deram grandes demonstração que não servem a nossa classe. Por de trás de Sérgio Cabral se esconde o atual Governo do Estado dominado pela família Garotinho e Denise Frossard é a garota de recado do atual Prefeito do Rio César Maia.

Portanto, o voto nulo para a Presidência da República, até por coerência, deve ser acompanhado também pelo voto nulo para o Governo do Estado. Afinal, da mesma forma, do que ao nível nacional vamos sofrer os ataques ganhando Lula ou Alckmin, no Rio de Janeiro seremos atacados tanto por Cabral como por Frossard.

A VITÓRIA POLÍTICA DA FRENTE DE ESQUERDA
A construção da Frente de Esquerda, formada pelo P-SOL, PSTU, PCB e por outras organizações políticas da esquerda socialista, como o Reage Socialista e o PCR, representou um alternativa para os trabalhadores nestas eleições.

O PSTU, como parte da Frente de Esquerda, realizou uma campanha alertando a classe trabalhadora que não existe solução para a grave crise em que se encontra nosso país sem que se pare de pagar a dívida externa e a dívida interna aos grandes investidores.

Só rompendo o mecanismo perverso de transferência de nossas riquezas para o capital internacional e nacional, poderemos garantir emprego, salário, terra, moradia, educação e saúde públicas e de qualidade.

Denunciamos também que os partidos apoiados pelos grandes capitalistas, como o PT e o PSDB, preparam já para 2007 uma Reforma Trabalhista que visa flexibilizar direitos históricos da nossa classe, tais como: o 13º. Salário, as férias de 30 dias, a licença maternidade e a multa do FGTS.

Por ter realizado uma campanha que teve como objetivo principal esclarecer os trabalhadores sobre as reais causas da nossa crise e para a necessidade da preparação das lutas e mobilizações contra os ataques aos nossos direitos é que consideramos que a Frente de Esquerda e o PSTU saíram-se vitoriosos deste processo.

Os mais de 6,5 milhões de votos dados para a candidatura de Heloisa Helena para a Presidência da República, mesmo com toda a polarização entre Lula e Alkmin forçada pela grande imprensa, é só mais uma confirmação da importância da construção da Frente de Esquerda.

O PSTU espera que a unidade da esquerda socialista forjada na construção da Frente de Esquerda não pare no processo eleitoral de 2006. Esperamos que a Frente de Esquerda permaneça unida não somente para eleições, mas principalmente para representar uma alternativa de direção política para as lutas que a nossa classe continuará protagonizando, independente do resultado final do processo eleitoral.

A FRENTE DE ESQUERDA DEVE SE POSICIONAR PELO VOTO NULO NO 2º TURNO
Chamamos ao conjunto das organizações e ativista socialistas que compuseram a Frente de Esquerda no 1º. turno das eleições de 2006, para que neste 2º turno se posicione publica e claramente pelo voto nulo.

Neste sentido, saudamos como muito positiva a recente nota da Executiva Nacional do P-SOL desautorizando qualquer apoio político de seus filiados, dirigentes e parlamentares seja a candidatura de Lula ou a de Alckmin.

Da mesma forma, lamentamos profundamente as declarações dadas pelo Deputado Federal Chico Alencar, reeleito no Rio de Janeiro pelo P-SOL / Frente de Esquerda, à grande imprensa dando a entender que a sua indicação no 2º. turno é pelo voto na reeleição de Lula.

As declarações públicas de voto em Lula dadas por Chico Alencar e por outros dirigentes e parlamentares do P-SOL só servem para confundir a nossa classe sobre o real papel de traição e de inimigo dos trabalhadores representado atualmente por Lula e pelo PT.

Não podemos esquecer em poucos dias o discurso de oposição de esquerda veemente que fizemos tanto contra Lula como contra a Alckmin, e nos rendermos a falsa consciência de que devemos votar em Lula contra a direita.

Na opinião do PSTU, a Frente de Esquerda deve de forma unitária se posicionar pelo voto nulo neste 2º turno, desautorizando qualquer declaração de apoio a Lula ou a Alckmin.