Roberto Aguiar, de Salvador (BA)

O PSTU terá candidaturas revolucionárias e socialistas em todo o país. O partido apresentará um programa que responde às necessidades mais sentidas pelos trabalhadores e pelo povo pobre (leia nas páginas 7, 8 e 9). Vamos chamar a derrubada do governo genocida de Jair Bolsonaro e dizer aos trabalhadores que não depositem nenhuma confiança em projetos que não rompam com o capitalismo, que apenas apresentam a velha ilusão de governar com setores ditos progressistas da burguesia, como fazem PT, PCdoB e PSOL.

Vamos participar das eleições para dizer que as mudanças necessárias em nossas cidades e no país só vão acontecer com o povo na rua, mobilizado e organizado. Para nós, as eleições servem para fortalecer a luta dos trabalhadores e divulgar o programa socialista. Chamaremos os trabalhadores a inaugurar uma democracia de verdade para que sejam os de baixo a terem o poder e definirem todos os dias os destinos do país. Precisamos de um governo socialista, operário e popular, que implante essa verdadeira democracia, na qual os trabalhadores governem em conselhos populares nos bairros, nas empresas, nas escolas.

Por isso é tão importante que os trabalhadores e os jovens que estão à frente das lutas sindicais, estudantis e populares se integrem ao apoio às nossas candidaturas. Acreditamos que é muito importante votar e eleger nossos candidatos socialistas. O voto num candidato nosso significa fortalecer uma estratégia socialista para a sociedade. A velha história do voto útil, no candidato menos pior, só fortalece a continuidade da situação atual.

 

Conheça as candidaturas revolucionárias e socialistas do PSTU

Nesta edição, apresentamos as pré-candidaturas do PSTU nas cidades de São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (BH) e São Luís (MA).

 

São Paulo (SP)

Vera é a pré-candidata do PSTU à prefeitura de São Paulo, única mulher negra e operária entre as 18 pré-candidaturas anunciadas. Vera foi a candidata do PSTU à Presidência da República em 2018.

“Vou aproveitar o momento das eleições para ampliar a luta pelo Fora Bolsonaro e Mourão e denunciar a cumplicidade do prefeito Bruno Covas (PSDB) ao liberar geral a quarentena, que sempre foi parcial. Assim como a insuficiência de suas medidas contra a COVID-19, que até agora vitimou quase 30 mil pessoas, a maioria pobre, negra e moradora da periferia”, afirma Vera.

Vera ressalta que um projeto de mudança para São Paulo precisa questionar o sistema capitalista. “Vamos apresentar uma alternativa revolucionária e socialista porque não existe saída para melhorar a vida da classe trabalhadora e do povo pobre sem romper com a burguesia e com os capitalistas”, diz.

“Nos mandatos do PSDB aumentaram a desigualdade social e a violência contra negros e negras. A experiência com PT/PCdoB, em aliança com a burguesia, não melhorou as condições de vida do trabalhador paulistano. E qualquer promessa de revolução solidária sem mexer nas bases do sistema capitalista, como apresenta o PSOL, não é alternativa para derrotar o PSDB ou a ultradireita de Bolsonaro”, destaca Vera.

O professor Lucas Antônio forma a chapa do PSTU ao lado de Vera à prefeitura da maior cidade do país. A convenção que formalizará as candidaturas do PSTU acontecerá no próximo dia 12.

 

Rio de Janeiro (RJ)

Na cidade do Rio de Janeiro, o professor universitário e bancário aposentado Cyro Garcia é o pré-candidato a prefeito pelo PSTU. A professa Elisa Guimarães é a pré-candidata a vice.

Cyro Garcia é um militante histórico. Foi uma das principais lideranças da greve bancária de 1979, um dos principais dirigentes do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro e presidente da entidade entre 1991 e 1993.

Cyro será o porta voz do programa revolucionário e socialista do PSTU nestas eleições. “Nossa candidatura estará a serviço das lutas da classe trabalhadora, em especial do povo negro quanto à opressão e à exploração. Apresentaremos um programa de ruptura com o capitalismo, uma alternativa socialista e revolucionária. Um programa que vai no sentido de pavimentar um caminho para a construção de uma sociedade sem explorados e exploradores, que nesse momento passa por um combate frontal contra esse governo genocida”, destaca.

“Temos que derrotar também o atual prefeito do Rio de Janeiro, que segue a mesma política genocida de Bolsonaro, que já tinha destruído a saúde primária do município, facilitando o caminho da pandemia da COVID-19”, afirma Cyro.

A convenção eleitoral que oficializará as candidaturas será no dia 5 de setembro.

 

Belo Horizonte (BH)

Na capital mineira, o professor Wanderson Rocha e Firmínia Rodrigues são os pré-candidatos do PSTU para prefeito e vice respectivamente.

Wanderson Rocha ressalta que o PSTU vai defender uma Belo Horizonte para os trabalhadores, contra as candidaturas dos ricos e poderosos, que ficam cada vez mais rico à custa da exploração dos trabalhadores. “Temos percebido, desde o início dessa pandemia, que os ricos estão ganhando. Nós temos no Brasil 42 bilionários que tiveram um aumento de suas fortunas em cerca de R$ 34 bilhões. Enquanto isso, os trabalhadores têm pagado a conta da crise, seja com redução de salários, no caso da iniciativa privada, seja com congelamento de vencimentos, no caso dos servidores públicos”, pontua.

“É contra esse sistema desigual, que vamos apresentar uma alternativa socialista, propor uma administração municipal com foco na classe trabalhadora e com a descentralização do poder. A população governará em conselhos populares, espaços de discussão e decisão democrática, que vai garantir de fato que quem produz a riqueza, que são os trabalhadores, governem”, destaca Wanderson.

A convenção eleitoral do PSTU de Belo Horizonte será no dia 10 de setembro.

 

São Luís (MA)

Numa das cidades mais negras do Brasil, o programa revolucionário e socialista do PSTU será apresentado pelo ativista do movimento negro, professor Hertz Dias, que nas eleições de 2018, foi candidato a vice-presidente da República, formando com a Vera a única chapa 100% negra a concorrer à Presidência do país.

Hertz é professor de História na educação básica da rede pública municipal e estadual. É cofundador do Movimento Hip Hop Quilombo Urbano, que existe desde 1989 e é uma das mais antigas organizações de hip hop do Brasil, e do Movimento Hip Hop Quilombo Brasil. É também vocalista do grupo Gíria Vermelha.

“Vamos apresentar um programa que chama os trabalhadores e o povo pobre a governar a cidade de São Luís. Se eleitos, vamos organizar os conselhos populares formados por trabalhadores de todas as áreas. Se os trabalhadores decidirem que será um gari junto com outros garis que vão gerir os serviços de limpeza do município, sim, serão eles. Por que não? Se os conselheiros da Educação indicarem uma merendeira, um porteiro e uma professora da educação infantil para representá-los no Conselho da Educação, sim, serão esses trabalhadores e trabalhadoras que os representarão, e assim por diante”, destaca Hertz.

“A situação de degeneração do capitalismo faz com que as pessoas passem a dar mais atenção ao nosso programa. O que antes era visto como loucura ou algo irrealizável, agora é visto como alternativa diante de um sistema doente e irracional, como é o capitalismo”, afirma o pré-candidato do PSTU à prefeitura de São Luís.

 

Um partido de raça e classe

Por Wagner Damasceno, da Secretaria de Negras e Negros do PSTU

O PSTU é o partido que apresenta o maior número de candidaturas de negras e negros nas eleições brasileiras. Em 2018, apresentamos, pela primeira vez na história do país, uma chapa presidencial 100% negra, com a operária Vera Lúcia, candidata a presidente, e o rapper e professor de História, Hertz Dias, candidato vice.

Nestas eleições municipais, não será diferente. Apresentaremos candidaturas negras e socialistas em todas as regiões do país para defender uma alternativa socialista para o povo negro, para os trabalhadores e para o povo pobre das cidades brasileiras. Aqui, destacamos algumas dessas candidaturas em grandes cidades do país.

No Rio de Janeiro, o professor e bancário aposentado Cyro Garcia, defenderá um programa socialista para a capital fluminense. Em São Bernardo do Campo (SP), Cláudio Donizette vai mostrar a força da classe operária negra, denunciando o descaso com a periferia e os desmandos dos patrões. Em São Luís (MA), Hertz Dias denuncia os ataques do governo de Flávio Dino (PCdoB) e defende um programa político para negros, pobres, quilombolas e trabalhadores de São Luís.

Em São Paulo, Vera Lúcia mostra a força da mulher negra e operária. Sem papas na língua, Vera denuncia os ataques do governador João Doria e do prefeito Bruno Covas aos trabalhadores da capital e apresenta um programa político para enfrentar a pandemia da COVID-19 e a crise econômica.

Por fim, há ainda outra coisa que unifica as nossas candidaturas: a luta para botar para fora Bolsonaro e Mourão! Afinal, derrubar essa quadrilha autoritária é uma necessidade para os trabalhadores preservarem suas vidas e seus empregos.

Somente uma luta de raça e classe é capaz de derrotar esse monstro de três cabeças que ameaça nossas vidas e empregos: COVID-19, crise econômica e governo Bolsonaro.

 

Raio X

PSTU terá candidatura em 51 cidades

PSTU terá candidatos a prefeituras em 17 capitais

41% do total das candidaturas do PSTU são mulheres