“PSB e PSOL anunciam composição para disputar a prefeitura de Macapá”. Com este título, o Jornal do Dia – um dos principais jornais burgueses da capital do Amapá – abriu a semana. A manchete deixou claro que, apesar das várias declarações da direção do PSOL de que encabeçariam um projeto alternativo para o município, este acabou cedendo a vaga para o atual deputado estadual pelo PSB, Camilo Capiberibe. Ele é filho do ex-senador João Capiberibe, cassado por compra de votos nas eleições de 2002.

Na verdade, esse desfecho simboliza o projeto da direção majoritária do PSOL que está impondo, em várias capitais, a reedição do modelo petista de alianças com a burguesia, que se traduziu em decepção e ataques aos direitos dos trabalhadores. Inclusive, estão trazendo para essa frente o PMN do ex-presidente corrupto Fernando Collor de Mello.

Diversas vezes, fizemos o chamado, inclusive com uma carta aberta à direção, para discutirmos a reedição da Frente de Esquerda em Macapá. O balanço da última eleição mostrou que é viável essa alternativa ao conjunto das categorias que lutam e se mobilizam por melhores salários e condições de trabalho. Mas o apego ao voto e ao parlamento fez os companheiros virarem à direita na via das lutas e desprezarem nosso chamado.

Agora, terão de explicar como mudarão o município aliados a um partido que governou por doze anos a cidade e só ampliou os traços marcantes do capitalismo: o desemprego, a fome e a miséria.

Em função disso, não restou alternativa. Apresentamos a candidatura do sindicalista rodoviário Joinville Frota para ser, de fato, uma alternativa de luta, classista e socialista. Uma candidatura que ceda seu tempo de TV às reivindicações dos trabalhadores da saúde, vigilantes, rodoviários e que seja um instrumento de denúncia das reformas neoliberais de Lula e da oposição de direita. Chamamos os companheiros da CST, corrente interna do PSOL contrária a essa aliança, a se somarem para construir essa alternativa.