Na contramão da tendência ao lançamento da Frente de Esquerda, em sete capitais brasileiras (Porto Alegre, Macapá, Recife, Florianópolis, Maceió, Natal e São Luís) a frente eleitoral entre PSTU e PSOL não se concretizou.

A maioria da direção nacional do PSOL autorizou coligações com partidos burgueses e da base de sustentação do governo Lula. Assim, rompeu com a independência de classe – a luta contra a aliança entre os trabalhadores e a burguesia –, princípio fundamental para manter o perfil da esquerda socialista nas eleições municipais deste ano.

Este foi o caso em Porto Alegre , onde o PSOL se coligou com o PV, e em Macapá, onde o PSOL apoiará Camilo Jaguaribe (PSB) para a prefeitura. As correntes majoritárias da direção nacional do PSOL (MES, MTL e APS) autorizaram outras coligações com partidos como PDT, PPS, PCdoB, PV, PSB, PSDC, PMN e PTN em pelo menos 20 cidades brasileiras (resolução do diretório nacional do PSOL de 29/6/2008).

Estas alianças representam uma ruptura com o programa da Frente de Esquerda de 2006. Além disso, é um erro muito importante da direção do PSOL, pois as coligações com setores minoritários da burguesia foram um dos primeiros elementos de descaracterização do PT ainda em finais da década de 80.

Em Recife, a direção estadual do PSOL vetou a aliança com o PSTU, ao mesmo tempo em que se aliou ao latifundiário e ex-juiz Clóvis Correia (atualmente no PSDC). Em Maceió, a direção local do PSOL, lamentavelmente com o apoio da própria Heloísa Helena, se negou a abrir um tempo mínimo de TV para os candidatos a vereadores do PSTU.

Em Florianópolis, o PSOL quis interferir no número e nos nomes dos candidatos a vereador que seriam apresentados pelo PSTU. Em Natal e São Luís, houve acordo sobre quem deveria encabeçar a frente.

Em todas essas cidades, o PSTU apresentará candidaturas próprias para as prefeituras e as câmaras de vereadores, em defesa da independência de classe, apoiando a luta dos trabalhadores e apresentando um programa de classe e socialista.

Em Porto Alegre e em Maceió, essas candidaturas serão apresentadas através de coligações com o PCB, mantendo o compromisso com a Frente de Esquerda, sem nenhuma coligação com a burguesia e respeitando o peso político e social dos partidos aliados.

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