Confira abaixo a Carta de Maceió, documento assinado pelo PSTU e PCB denunciando a Frente de Esquerda

As Eleições municipais de outubro começam a polarizar a vida política da capital alagoana, e os socialistas revolucionários participarã dela. Reivindicamos o balanço da Frente de Esquerda nas eleições passadas, em que o PSTU, o PSOL e o PCB construíram um pólo de luta que obteve 7 milhões de votos em todo o país, expressão da esquerda combativa que não se vendeu, que permanece na luta fortalecendo e organizando as mobilizações dos trabalhadores, em alternativa aos dois blocos burgueses PT/PMDB E PSDB/DEM.

É preciso construir uma frente eleitoral que possa unir todos aqueles que querem lutar, que possa ser a expressão das greves, da luta pela redução da jornada de trabalho sem a perda de direitos, das reivindicações dos trabalhadores, do funcionalismo público, dos estudantes e dos movimentos do campo, assim como para a ruptura com a CUT e a UNE e a construção da Conlutas e Intersindical, para afirmar uma nova direção para o movimento sindical, popular e estudantil.

A concretização da Frente em termos eleitorais, a nosso ver, deve estar apoiada em três elementos: o programa, a independência dos partidos burgueses e o respeito entre os partidos que a compõem. No entanto, esta não é a postura que o PSOL em Maceió está adotando ao exigir TODO O TEMPO DE TV como condição para construir a frente. Em nossa opinião, esta é uma proposta antidemocrática, que vai no sentido oposto de um frente e da unidade daqueles que estão diariamente nas lutas. Não nos guiamos, em uma frente de esquerda, unicamente pelo peso eleitoral, mas pela implantação nos movimentos sociais, nos sindicatos e oposições sindicais, entidades estudantis e populares.

Temos entendimento que é natural que a companheira Heloísa Helena tenha a maior parte do tempo nos programas de TV, mas isso não significa o desaparecimento do PSTU e do PCB na frente.

Caso isso se confirme, seremos obrigados a lançar uma pré-candidatura a Prefeito de Maceió de Manoel de Assis do PSTU com um vice do PCB, e será muito ruim que a esquerda na eleições de 2008 saia divida, obrigando os trabalhadores também a se dividirem e terem que escolher entre duas alternativas de esquerda, fortalecendo assim o projeto eleitoral da oligarquia canaviera de Alagoas, e isto será de responsabilidade do PSOL.

Reivindicamos uma plenária aberta aos partidos, movimento sociais, organizações dos trabalhadores e estudantes para discutir o programa da frente assim como suas candidaturas.

Maceió, 9 de junho de 2008

Direção Municipal do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU)
Direção Municipal do Partido Comunista Brasileiro (PCB)

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