O grande responsável pela brutal violência praticada pela polícia contra os moradores do Pinheirinho, em São José dos Campos, é o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Toda a criminosa decisão foi tomada diretamente pelo governador do PSDB, junto com seus secretários. Mais uma vez, os tucanos mostraram todo o seu ódio aos trabalhadores pobres, enquanto protegem os ricos que financiam suas campanhas eleitorais.

Uma matéria do jornal Folha de S. Paulo revela que toda a ação foi meticulosamente discutida entre o governador do PSDB com os oficiais da Polícia Militar. Até mesmo a data e o horário da operação foram decididos por Alckmin. A decisão foi tomada na sexta-feira, dia 21. Alckmin não hesitou em atropelar a orientação da Justiça Federal, que havia mandado suspender a operação.

Alckmin, a prefeitura do PSDB e a polícia insistem em dizer que a “desocupação foi tranquila”. Chegaram a dizer que nem feridos havia. Algo absolutamente ridículo. O número de feridos é incalculável, muitos foram feridos com disparos de arma de fogo. “A gente está aqui é para ver o bagulho ficar louco”, respondeu um soldado aos apelos das mães do Pinheirinho. O PSDB mente para tentar impedir o desgaste perante a opinião pública.

A decisão do governador não surpreendeu. Lembrou apenas as típicas ações repressivas por muitos anos aplicadas pelos governos do PSDB diante de graves problemas sociais. Para eles, a saída é jogar suas tropas para massacrar o povo pobre e trabalhador. Durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, os ativistas do movimento sindical e popular experimentaram esse amargo “remédio”.Foi assim com a greve nacional dos petroleiros, em 1995, quando FHC enviou tropas do Exército, com seus tanques de guerra, ocupar refinarias de petróleo para acabar com o movimento.

A repressão no Pinheirinho também lembrou o massacre dos trabalhadores sem terras, como em Eldorado dos Carajás (PA), quando 19 trabalhadores rurais morreram, ou em Corumbiara, onde 12 camponeses foram assassinados. Todos eles cometidos durante o governo FHC.

A velha política do PSDB se repete e, agora, o sangue escorre nas mãos de Geraldo Alckmin. O prefeito Eduardo Cury, também do PSDB, é responsável por sua negligência criminosa, desde o início, e sua recusa em negociar, inclusive com o governo federal. A juíza Márcia Loureiro também é responsável, pois foi quem ordenou diretamente o massacre e manteve uma intransigência cruel.

Vinte anos de PSDB em São Paulo
Há vinte anos o PSDB governa o estado de São Paulo. Nesse período, os tucanos aplicaram com entusiasmo a cartilha neoliberal. E Alckmin esteve à frente de todos os ataques. Comandou o Programa de Desestatização de São Paulo, sendo responsável pelas privatizações do Banespa (comprado pelo espanhol Santander), Eletropaulo (geradora da energia), Comgás, Companhia Paulista de Força e Luz, Fepasa (ferrovias) e Ceagesp (abastecimento). Além disso, entregou toda a malha rodoviária para empresas que multiplicam pedágios e assaltam os usuários nas tarifas.
Amigo dos banqueiros e dos empresários, o tucano é um político reacionário ligado ao ultra-conservadorismo da Opus Dei (facção mais conservadora do catolicismo). Alckmin “um daqueles que rezam pelas virtudes curativas do porrete da polícia”, disse com incrível precisão um colunista da Folha. Isso porque a violência vista no Pinheirinho soma-se a outras ações repressivas praticadas recentemente pelo PSDB no estado.

A política do porrete
Desde o dia 3 de janeiro, sob ordens do governador, a polícia sitiou o bairro da Luz, em São Paulo, declarando “guerra ao crack”. Assim, o governo do PSDB tenta dar uma resposta repressiva e militar para um problema grave de saúde pública. Durantes dias, a imprensa exibiu cenas da Tropa de Choque jogando bombas e baixando o porrete sobre uma “procissão de zumbis”.

A denominada “Operação Sufoco” é, na verdade, uma violenta política de higienização sócio-racial e criminalização da pobreza a serviço da especulação imobiliária. A chamada região da “cracolândia” é objeto de um mega-projeto de “revitalização” que prevê entregar o bairro para construtoras privadas. Denominado de “Nova Luz”, o projeto prevê a reforma de 45 quarteirões, ao custo de um bilhão de reais. Um dos absurdos do projeto é que a empresa concessionária (privada)não será apenas responsável pela execução das obras. Também vai realizar a desapropriação de imóveis, que poderão ser revendidos depois. Ou seja, o governo do estado e a prefeitura, que sequer pensam em realizar alguma desapropriação para resolver o problema de moradia em São Paulo, permitem que empresas privadas desalojem qualquer família que ocupe alguma residência na região.

A crença nas “virtudes curativas do porrete da polícia” também foi sentida pelos estudantes da USP, no dia 8 de novembro do ano passado. Na ocasião, cerca de 400 policiais da Tropa de Choque e da ROTA, apoiados por helicópteros, reprimiram brutalmente uma ocupação de estudantes na reitoria da universidade. A ação violenta resultou na prisão de 73 estudantes. Hoje, a PM continua no campus da USP. Obviamente, não demorou muito e os abusos começaram a aparecer. No dia 9 de janeiro, o único estudante negro presente num espaço ocupado por estudantes da USP foi brutalmente agredido e ameaçado por um policial de armas em punho. A imagem foi gravada, está na internet e revela um explicito caso de racismo. A presença da polícia vai produzir seguramente episódios semelhantes e até piores.

PSDB precisa pagar pelos seus crimes!
Basta de violência e repressão! É preciso derrotar a política repressiva e racista de Alckmin! Vamos ocupar a praças e realizar protestos contra a ação criminosa do PSDB. É preciso intensificar as ações de solidariedade em todo o país. O governo do PSDB deve pagar pelo seu crime!

Eles odeiam os pobres!

Geraldo Alckmin – Amigo dos banqueiros e dos empresários, o tucano é um político reacionário, ligado ao ultra-conservadorismo da Opus Dei. Odeia os pobres e a credita nas “virtudes curativas do porrete da polícia” . Mandou a PM bater em estudantes da USP, no ano passado, e nos dependentes quimicos da “cracolância”.

Naji Nahas – Mega especulador, “dono” do terreno ocupado pelos moradores do Pinheirinho, responsável pela quebra da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, em 1989. Em 2006, a Polícia Federal prendeu Nahas e o acusou, junto com Daniel Dantas (outro eminente corrupto), de comandar crimes no mercado financeiro. Porém, os dois foram libertados. A empresa de Nahas, proprietária do terreno do Pinheirinho, deve 16 milhões só de impostos.

Eduardo Cury – Prefeito de São José dos Campos. Desde de 2004, vem tentando retirar as famílias do Pinheirinho para entregar a Nahas. Ganha um salário de 19.395,24 por mês. Bem diferente d os 60% das famílias do Pinheirinho que vivem com menos de um salário mínimo (IP&D / UNIVAP).

Márcia loureiro – Juíza que ordenou a expulsão dos moradores de Pinheirinho. Pau mandado do PSDB e da especulação imobiliária, disse em uma reunião com os líderes do movimento que não poderia recuar na reintegração porque o “terreno vale muito”.

Post author Ação da PM ordenada por Geraldo Alckmin no Pinheirinho se soma à repressão na ‘cracolândia’ e na USP
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