Manifestação exige melhoria do transporte público e passe-livre

Para aqueles que acreditavam que as manifestações ficariam restritas ao período da Copa das Confederações, em junho, a realidade vem mostrando o contrário. Se em julho tivemos no dia 11 a classe trabalhadora em atos de peso por todo o país, em agosto temos diariamente notícias de protestos Brasil afora, como as ocupações de Câmara que ocorreram em várias cidades (São Paulo, Niterói, Belém, etc).

Fortaleza não se encontra deslocada dessa realidade e na tarde desse dia 15, em meio a um feriado municipal, cerca de mil pessoas foram às ruas protestar. O ato, que foi articulado a partir de iniciativa da Assembleia Popular de Fortaleza –criado a partir das manifestações de junho- tinha como um dos principais eixos a luta em torno da questão do transporte, com a exigência da melhora do transporte público na cidade e pela implementação imediata do passe-livre. 

Palavras de ordem que foram cantadas por diversas vezes, como “O empresário no carro importado/ E pro povão, só ônibus lotado!“, “O meu dinheiro não é capim/ Eu quero passe livre sim!” e “O povo na rua, Pinguim*, a culpa é sua!” (“Pinguim”, é como se tem chamado nos atos o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, do PSB) mostravam que os inimigos eram claros: não só os empresários, que mantém um sistema de transporte precário e enriquecem todos os dias com tarifas elevadas, mas também o governo municipal, que -juntamente com o governo federal- mantém uma política de isenções ao empresariado e não implementa o passe-livre para estudantes e desempregados.

O Governo Estadual, de Cid Gomes (PSB), também não foi poupado. Esta semana foi revelado um contrato do seu governo com um serviço de buffet no valor de R$ 3,4 milhões, que previa dentre outras coisas, pratos como caviar, lagosta, salmão… Com muita irreverência, esse escândalo foi denunciado: “Você sabe o que é caviar?/ Pergunta pro Cid que ele vai te falar!“. A juventude do PSTU participou ativamente do ato e apresentando a campanha do “Fora Cid Gomes”.

Outros eixos que foram levantados foram o da luta contra as remoções de comunidades por obras da Copa e do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT – um projeto do governo estadual), assim como em defesa do Parque do Cocó (para saber mais, ver Fortaleza: Nota do PSTU em defesa do Parque do Cocó).

O protesto que partiu de uma praça na área nobre da cidade, percorreu a cidade sendo acompanhado de perto por tropas do Choque, que não exitavam em intimidar os manifestantes com seu todo o aparato repressor, mas que não foram capazes de fazer os presentes recuarem na determinação de lutar e de conquistar vitórias. Com esse protesto o movimento sai, sim, fortalecido e certo de que é preciso seguir no caminho que tem sido trilhado por todo o país: o da luta!