Ambulantes tomaram a 25 de Março pelo direito de trabalhar
Emmanuel Oliveira

Com a palavra-de-ordem “não tememos a morte, tememos a miséria”, ambulantes protestam na famosa rua 25 de marçoÀs 5h da manhã do dia 13 de março, a Policia Militar (PM) já havia fechado uma das travessas da rua 25 de Março. Eles fizeram um quartel militar para enfrentar os protestos dos trabalhadores ambulantes. A manifestação estava marcada para as 10h.

O protesto ocorreu em virtude da atitude bárbara da Guarda Civil Municipal (GCM) que espancou covarde e brutalmente um casal de ambulantes. Foi também contra o prefeito Gilberto Kassab (DEM). Numa declaração homofóbica e machista, ele disse: “visto uma saia se não tirar os ambulantes não regulamentados das calçadas da 25 de Março”.

Eram 8h quando, aos poucos, os ambulantes se concentraram ao pé da ladeira Porto Geral e saíram em passeata pela rua cercada de policiais e GCMs.

Denuncia dos ambulantes
O panfleto do movimento dos ambulantes denuncia que os lojistas da 25 de Março, organizados como Univinco, patrocinam e sustentam os GCMs. Esses atacam os ambulantes e cumprem um papel de cães de guarda. Não respeitam homens e mulheres de terceira idade e nem os jovens.

O movimento impôs a ordem de fechar as lojas
No início da passeata, no primeiro confronto, os manifestantes ficaram em frente à loja Armarinhos Fernando e exigiram que fechasse as portas. O sargento deu ordem para o lojista não fechar.

Os manifestantes continuarem em frente à loja gritando a palavra-de-ordem “ambulante unido jamais será vencido” e só saíram quando as portas baixaram. Fortalecidos, continuaram fechando as outras lojas e impondo a ordem de que nenhuma loja seria aberta naquela manhã.

As tentativas de prisões de manifestantes pela polícia foram frustradas, pois a pressão exercida pelos manifestantes obrigava a PM soltar os camelôs. Às 11h30, a rua estava totalmente fechada pelo protesto.

Horas depois, os manifestantes iriam se dirigir para a prefeitura, mas a polícia reprimiu o movimento. Numa tentativa frustrada, tentou impedir a passeata gerando um confronto. A polícia não conseguiu, e a passeata percorreu as ruas do centro. Novos protestos devem acontecer esta semana.

As reivindicações dos ambulantes são para poder trabalhar na 25 de Março livremente e contra a repressão.