Passeata foi do Masp ao Largo de São Francisco
Diego Cruz

Manifestantes protestaram contra a repressão e a UnivespA manifestação unificada realizada por estudantes, funcionários e professores da USP, Unesp e Unicamp reuniu algo em torno de cinco mil pessoas na capital paulista durante a tarde desse dia 18 de junho, quinta-feira. Os manifestantes se concentraram no vão livre do Masp e de lá partiram em passeata pela avenida Paulista.

Logo que chegaram, os manifestantes se depararam com um forte aparato policial, formado por várias colunas de PM atrás do Masp. Apesar disso, não houve confronto. Estudantes da USP distribuíram flores, que se tornou o símbolo do ato, marcando a intenção dos manifestantes de não aceitaram provocações da PM e de realizarem uma manifestação pacífica.

“Não ao Choque! Não! Fora Reitora”, entoavam os manifestantes, que exigiam, além da retirada da PM no campus da USP o impeachment da atual reitora da USP, Suely Vilela, que determinou desde o último dia 1º a entrada da tropa de choque na unidade. Os ônibus das caravanas do interior ainda chegavam quando a passeata saiu do Masp, em direção à avenida Brigadeiro Luis Antônio. A animação deu o tom do protesto. “Quem não pula é reitoria! Quem não pula é PM”, gritavam os estudantes enquanto pulavam.

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Entre as organizações presentes, além do Fórum das Seis (as entidades que representam alunos, professores e funcionários das estaduais paulistas), estava a Coordenação Nacional de Lutas. “A Conlutas vem se somar a esse importante ato para dizer à reitora da USP e a Serra que não serão os cacetetes da polícia que calarão nossa voz, prestamos total solidariedade à essa luta que ocorre na USP, que fortalece a unidade entre estudantes e trabalhadores”, afirmou Atnágoras Lopes, da Secretaria Executiva da Conlutas e da direção do PSTU. Atnágoras comparou ainda o uso da tropa de choque na USP e a repressão das tropas militares brasileiras no Haiti.

Batismo nas ruas
Entre as organizações figurava uma que não era vista em outras manifestações. Na verdade, marcava ali sua estréia num grande ato público. Trata-se da Assembléia Nacional dos Estudantes Livre, nova entidade fundada dia 14 durante o Congresso de Estudantes no Rio. Com uma faixa que exigia o fim da PM no campus e a saída da reitora da USP, a Anel fazia seu batismo nas ruas. “No passado, os estudantes tinham a UNE como um ferramenta para lutar. Mas isso não acontece mais. A UNE passou para outro lado. Por isso, anunciamos com orgulho a fundação de um novo instrumento para as lutas dos estudantes, no último final de semana, foi fundada a Anel”, anunciou do alto do caminhão de som Camila Lisboa, estudante da Unicamp e membro da Secretaria Nacional de Juventude do PSTU.

Os manifestantes desceram a Brigadeiro Luís Antonio em direção ao Largo de São Francisco, onde está a Faculdade de Direito da USP. A unidade é chefiada por Grandino Rodas, redator da resolução aprovada pelo Conselho Universitário da USP que permite a invasão da polícia. Por volta das 16 horas, os manifestantes chegaram ao Largo e o tomaram por completo, pendurando bandeiras e faixas na fachada do prédio histórico da Faculdade.

O grande ato marcou a unidade e solidariedade dos três setores das três universidades estaduais paulistas contra a repressão do governo Serra, mostrando que, diferentemente do que veicula a grande mídia, não se trata de “meia dúzia de radicais”.