Ao ignorar o problema do desemprego como conseqüência da política neoliberal, governos apresentam propostas cínicas.
Divulga-se a idéia de que a culpa pelo desemprego é do trabalhador, pela falta de estudos. Bastaria se qualificar para conseguir um bom emprego. Evidentemente, somos a favor da qualificação profissional, mas isso não resolve. Ñão adianta a qualificação se não há vagas no mercado.
O papel do Primeiro Emprego do governo é disfarçar a gravíssima situação social e legitimar a manutenção do capitalismo neoliberal. O programa gerou, até hoje, somente um emprego, depois de 15 meses. Total desmoralização.
Este é o próximo grande ataque do governo Lula, com a Reforma Trabalhista. A lógica é a seguinte: é preciso estimular os capitalistas, para que eles invistam e assim criem empregos. Para isso é necessário reduzir os custos do trabalho, e acabar com privilégios do passado, como o 13º salário, férias etc.
Entretanto, em países onde a reforma já foi aplicada, o desemprego cresceu e boa parte dos trabalhadores com carteira assinada se transformaram em precários e temporários. O lucro dos patrões aumentou, o desemprego piorou e o trabalho foi precarizado.
Alguns defendem que é possível sair da recessão e diminuir o desemprego, mantendo o mesmo plano econômico. Bastaria baixar a taxa de juros para chegar à felicidade geral. Outra falsidade. O capitalismo em sua versão neoliberal cresce sem gerar mais empregos. Aliás, o desemprego está aumentando, ano após ano, mesmo nos ciclos de crescimento econômico. Nos EUA, com juros de 1% ao ano, tendo todas as vantagens por explorar o mundo, o atual crescimento não está trazendo ampliação real de empregos.
Post author Eduardo Almeida, da Direção Nacional do PSTU
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