Resultado de audiência será submetido à assembleia dos trabalhadores na segunda-feira

Após mais de três horas de audiência de conciliação, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, filiado à CSP-Conlutas, e a General Motors chegaram a uma proposta de acordo que leva ao cancelamento das 798 demissões anunciadas este mês pela montadora. O resultado da audiência, ocorrida nesta sexta-feira, dia 21, no Tribunal Regional do Trabalho, em Campinas, ainda tem de ser votado pelos trabalhadores.

A proposta prevê que todos os trabalhadores que haviam sido demitidos entrem em lay-off por cinco meses. No retorno, se houver demissões, receberão quatro salários nominais como indenização. Se o trabalhador afastado pelo lay-off preferir, poderá ser desligado antecipadamente, recebendo o valor relativo aos cinco meses de lay-off (parte que cabe à empresa) mais os quatro salários de indenização.

A GM também abrirá um Programa de Demissão Voluntária (PDV), sendo que o número de adesões deverá ser abatido do número de excedentes considerado pela empresa.

A montadora se compromete em não fazer nenhuma retaliação aos grevistas. Os dias parados não serão descontados. Metade será bancada pela GM e a outra metade será compensada pelos trabalhadores.

A assembleia para votação da proposta será na próxima segunda-feira, dia 24, na entrada do primeiro e segundo turnos (5h30 e 14h30).

A montadora havia demitido 798 trabalhadores, por telegrama, no dia 8 de agosto. A demissão em massa levou os metalúrgicos a deflagrarem uma greve por tempo indeterminado para pressionar a empresa a abrir negociação e cancelar as demissões. O sindicato também iniciou uma ampla campanha em defesa do emprego, convocando Governos Federal, estadual e municipal a intervirem junto à GM para que os cortes fossem cancelados.

O sindicato dará continuidade à luta para que a presidente Dilma Rousseff assine uma medida provisória garantindo estabilidade no emprego para todos os trabalhadores.

Esta semana o governo tomou mais uma medida em defesa dos empresários, com a liberação de mais crédito para beneficiar o setor automotivo. Esse tipo de iniciativa não protege emprego. O que precisamos é de estabilidade, redução da jornada para 36 horas, proibição da remessa de lucros para o exterior e estatização das empresas que demitirem. A luta dos metalúrgicos de São José dos Campos é um exemplo para os trabalhadores de todas as montadoras”, afirma o presidente do Sindicato, Antônio Ferreira de Barros, o Macapá.

A audiência foi acompanhada por cerca de 100 trabalhadores que haviam sido demitidos.