O Programa de Transição está apoiado nas contribuições do Manifesto Comunista, na teoria da luta de classes, na defesa da independência de classe, no internacionalismo operário e na ditadura do proletariado.

Incorpora também todas as elaborações centrais do leninismo, como a compreensão da época imperialista e suas conseqüências de guerras e revoluções.

As decisões da III Internacional em seus primeiros quatro anos deram as bases para um programa mundial. Elas diziam respeito a temas como a relação entre democracia burguesa e ditadura proletária, a utilização revolucionária do parlamento, a política da frente única operária e a obrigatoriedade de trabalhar sistematicamente nas organizações proletárias de massas como os sindicatos reformistas.

O Programa de Transição incorpora e avança sobre essas elaborações anteriores. Em seu início, define que a crise da humanidade é a crise de sua direção revolucionária, e que, portanto, a grande tarefa é avançar na superação dessa crise.

Fornece um método para levar as massas para uma revolução socialista: “É necessário ajudar as massas no processo da luta cotidiana a encontrar a ponte entre suas reivindicações atuais e o programa socialista da revolução. Essa ponte deve conter um sistema de reivindicações transitórias, que partam das condições atuais e da atual consciência de amplas camadas da classe operária e conduzam invariavelmente a um só resultado final: a conquista do poder pelo proletariado.” (História das Internacionais, Alicia Sagra).

O Programa de Transição supera a separação entre o programa mínimo (reivindicações imediatas como aumentos salariais) e o programa máximo (luta pelo poder). Essa divisão foi imposta pela social-democracia na época ascendente do capitalismo, e é mantida até hoje pelos reformistas.

O programa busca mobilizar os trabalhadores a partir de suas lutas cotidianas, para apontar um sistema de palavras de ordem de luta contra o governo, o regime e o sistema capitalista, e a necessidade de luta pelo poder.
Post author
Publication Date