O debate será feito nas seções sindicais e o próximo congresso vai deliberar sobreEntre os dias 5 e 7 de novembro, ocorreu o 490 Conad, que contou com a participação de 61 seções sindicais e cerca de 200 sindicalizados, entre delegados e observadores. No Conad, discutiu-se a relação da entidade com o governo Lula e a desfiliação da CUT; e atualizou-se o plano de lutas, com destaque para o ato marcado para o dia 25, em Brasília.

A CUT não fala em nosso nome!

O Conselho aprovou indicar às seções sindicais a discussão sobre a desfiliação da CUT, e que essa questão seja deliberada no 240 Congresso do Andes, em fevereiro de 2005. Até o congresso, a entidade promoverá a discussão na base, com a publicação de um jornal que fale sobre a polêmica e mantenha a base informada sobre as decisões das seções.

Também foi aprovada a manutenção da suspensão do pagamento do repasse à CUT até que as seções sindicais expressem sua posição no próximo congresso. O Conselho ainda desautorizou a CUT a falar em nome do Andes.

A votação da resolução sobre a CUT deu-se por ampla maioria entre os delegados. A avaliação é de que a CUT se burocratizou e está cada vez mais dependente de verbas do Estado (FAT) e do mercado (convênios com bancos), tornando-se um preposto do governo federal para viabilizar as reformas que tiram direitos e conquistas dos trabalhadores. Os delegados criticaram a autoria da CUT no projeto de reforma Sindical, que, se aprovado, destruirá a independência dos sindicatos.

Andes na luta!

O Andes deve continuar participando da Conlutas e dos movimentos de enfrentamento às reformas Universitária, Sindical e Trabalhista, bem como continuar a contribuir materialmente para o desenvolvimento dessas atividades. As caravanas para o ato do dia 25 em Brasília foram aprovadas e a ida será organizada a partir dos estados.

O Conselho reafirmou o Andes como uma entidade autônoma e independente, num momento em que setores governistas se articulam para dividir a categoria.

Governistas querem dividir a categoria!

O Conad denunciou a tentativa de um setor ligado ao governo de criar uma entidade paralela. Esse setor, que é oposição à atual diretoria do Andes, tem o apoio velado da CUT e pretende dividir a categoria, criando uma entidade para representar apenas os docentes das universidades federais.

A entidade foi fundada no dia 16 de outubro e chama-se Proifes (Fórum Nacional dos Professores das Instituições Federais de Ensino Superior).

O Proifes interessa ao governo em seu intuito de realizar a reforma Universitária e, por isso, a criação dessa entidade foi discutida com o ministro da Educação, Tarso Genro.

Esquerda da CUT se alia a direita para defender a Central

Neste Conad, a discussão sobre a desfiliação da CUT foi feita com certa facilidade, até pela experiência da categoria com a CUT. Apesar disso, alguns setores seguem defendendo o governo e a Central.

Militantes ligados à corrente O Trabalho, do PT, defenderam, aliados à direita do movimento, a manutenção do sindicato na CUT, sendo contrários à resolução aprovada que propõe a abertura da discussão na base sobre a desfiliação. Já os militantes do P-SOL propuseram não haver uma posição sobre o tema, que fosse apenas “desfiliar ou não”.

A resolução aprovada por ampla maioria possui um direcionamento claro pela desfiliação da CUT, impondo uma derrota clara, tanto às posições e o Trabalho como do P-SOL.

A votação no Conad e nos vários sindicatos que estão se desfiliando mostra que, para encaminhar as lutas contra as reformas, não dá para ter posturas vacilantes diante das direções traidoras da CUT.

Post author Yara Fernandes, da redação
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