Eles denunciam os ataques do governo Serra à rede estadual e exigem salário, emprego e condições de trabalho. Planos de Serra seguem metas definidas pelo governo LulaProfessores da rede estadual de São Paulo estão de braços cruzados desde o dia 8 de março. Eles reivindicam reajuste salarial, denunciam os ataques do governo José Serra (PSDB) aos empregos e as péssimas condições de trabalho a que estão submetidos milhares de trabalhadores da educação.

Subemprego e defasagem salarial
“Reivindicamos uma reposição salarial de 34,3%, que nada mais é que nossas perdas de 1998 até hoje”, esclarece João Zafalão, diretor da Apeoesp eleito pela Oposição Alternativa, da qual faz parte a Conlutas. Ele conta que, nos últimos vinte anos, houve uma redução de mais de 200% no salário dos professores, tendo o salário mínimo como referência.

Além dos salários defasados, os educadores denunciam as provas de avaliação de desempenho do governo que. Além de jogar a culpa do caos e da péssima qualidade da educação nas costas dos professores, elas colocam no subemprego milhares de trabalhadores com anos de experiência. “Hoje em todo o estado há 30 mil professores com até 20 anos de magistério ganhando apenas R$ 490 por mês”, denuncia Zafalão.
Grande parte dos professores trabalha com contrato temporário e será demitida ao final do ano. Por isso, outra reivindicação é estabilidade para todos os contratados e concursos públicos classificatórios para a efetivação dos docentes.

Condições de trabalho
Salários defasados, falta de professores e uma infraestrutura precária condenam milhões de alunos a uma educação de péssima qualidade. Tanto o governo quanto a grande imprensa tentam jogar a culpa sobre os professores.
Pouco ou nada se fala sobre as condições de trabalho. “Os professores são obrigados a trabalhar sob péssimas condições, em salas superlotadas, tem sala que chega a 54 alunos”, adverte o dirigente sindical.

Por isso, a pauta combinada de reivindicações inclui salas com, no máximo, 25 alunos cada.

Derrotar o plano de Serra e Lula
A direção majoritária da Apeoesp, ligada à corrente petista Articulação, aproveita a greve para desgastar o governo de José Serra neste ano eleitoral. “Temos que atacar sim Serra, mas temos que ver que o projeto dele aqui em São Paulo é reflexo do PDE, o Plano de Desenvolvimento da Educação do governo federal”, explica Zafalão.
Ele afirma ainda que os ataques do governo Serra à categoria constam nas metas estabelecidas pelo PDE, apoiado pela direção majoritária da Apeoesp. “Dizem, por exemplo, que a prova de avaliação estabelecida pelo PDE não é punitiva, mas o próprio ministro da Educação, Fernando Haddad, deu entrevista defendendo o reajuste por desempenho”, argumenta o dirigente da Oposição Alternativa.

Próximos passos
Apesar da intransigência do governo Serra e dos ataques da mídia, a greve vem crescendo. No último dia 12, os professores realizaram uma assembleia que reuniu 40 mil pessoas na Avenida Paulista.

Os docentes contrariaram a proibição da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) e marcharam pela mais importante avenida da cidade, parando o trânsito e dando uma grande demonstração de força. O protesto também desmentiu a imprensa, que diz que apenas 1% dos professores aderiu à greve.

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