Em vários pontos do país, profissionais de Educação estão em mobilização, geralmente chocando-se com direções governistas.

São Paulo — Uma assembléia com 7 mil professores municipais aprovou a greve, a partir de 28 de abril. Entre os motivos, os salários, que tiveram perda de quase 30% só no governo Marta Suplicy (PT), as péssimas condições de trabalho, especialmente na periferia. Enquanto isso, a prefeita gasta milhões com os CEUS, mega-escolas com piscinas, espaço de lazer, distribuição de leite etc.
A greve atingiu o índice de 90% no último dia 30. Na assembléia realizada neste mesmo dia, com 10 mil pessoas e nenhuma proposta do governo, a maioria da diretoria do Sindicato dos Professores Municipais de São Paulo, formada pelo PCdoB, PT e Socialismo e Liberdade (SOL), defendeu apostar nas negociações e propôs a suspensão da greve e um ato e uma assembléia, no dia 10 de maio, sem apontar perspectiva de continuidade caso o governo não apresente uma proposta. Os militantes do PSTU que compõem a diretoria defenderam a continuidade da greve. Contudo, a categoria, percebendo a posição vacilante da maioria da direção, aprovou a suspensão.

Piauí — Após respaldar o governador Wellington Dias (PT) no “congelamento” da gratificação de regência de classe, da progressão e adicionais, no dia 27 de fevereiro a Articulação, direção do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Piauí (SINTE), foi obrigada a iniciar a greve, apesar de não ceder a estrutura do sindicato para o movimento.

Apenas a oposição, e em particular o grupo Dever de Classe (PSTU e independentes), mobilizou a categoria, que manteve o movimento por 36 dias. Diante das posturas da direção do SINTE, o Dever de Classe assumiu a direção política da greve e reuniu as oposições, passando a planejar as ações à revelia da direção. Restou à direção do SINTE assumir a defesa da greve, apesar de rebaixar a pauta de reivindicações e “negociar” com o governo, visando a próxima eleição sindical.

Diante da ameaça do governo petista em cortar ponto e até demitir, restou à oposição propor o estado de greve, buscando unidade para derrotar o governo e vencer as eleições de junho, destituindo a direção governista e iniciando uma nova fase de lutas à frente do SINTE-PI.
* Colaboraram Lourdes Alves, de São Paulo, Sinésio Soares e Gervásio Santos, do Piauí.

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