Os professores e professoras da rede pública do Distrito Federal entraram em greve no dia 13 de abril por reajuste de seus salários e contra as mentiras e difamações que o governador José Roberto Arruda (DEM) fez contra a categoria.

Após dois anos sem nenhuma greve, não sobrou alternativa para os educadores a não ser retomar os legítimos métodos de luta da classe e realizar uma forte greve. Durante estes dois anis, a direção do Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF), ligado à CUT e à CTB, teve uma política equivocada de apostar na negociação sem lutas.

Apesar de a diretoria do Sinpro burocratizar a condução da greve, impedindo que houvesse maioria da base na formação do Comando de Greve, a paralisação começou com índices de participação altos para uma categoria que estava sendo deseducada a lutar. Nos primeiros dois dias, a adesão chegou a 66%.

Há piquetes de greve que vão às escolas para convencer os professores que não pararam ou para fechar de fato. Algumas escolas reúnem 250 piqueteiros, como na cidade de Planaltina, ou cem, como em Samambaia.

Todos os professores estão indignados com a recusa do governador Arruda em garantir o reajuste de 19,98%, índice originalmente montado a partir do repasse de verbas federais para o DF através do Fundo Constitucional. Este reajuste foi transformado em lei do plano de carreira da categoria, aprovado na Câmara Legislativa do DF e sancionado pelo próprio governador, que agora se nega a cumpri-lo.

O governador se valeu de mentiras para não pagar os professores. Primeiro, disse que a crise o impediria de honrar o compromisso. Depois, pegou carona nas políticas de arrocho de Lula contra o funcionalismo público federal para dizer que só faz o que Lula também está fazendo.

Arruda não conseguiu enganar a categoria. Os professores sabem que a arrecadação do DF aumentou nos últimos anos. O governador passou, então, a tentar aprovar uma nova lei na Câmara Legislativa para congelar todos os salários de todos os servidores públicos distritais por tempo indefinido.

Na base da compra de votos, o governo conseguiu que a maioria esmagadora dos deputados distritais aprovasse tal lei. Isso lhe permitiu descumprir a lei anterior com os professores e todas as demais categorias de servidores públicos distritais.

Ainda assim, os professores não se intimidaram e partiram para a luta. Agora, enfrentam uma queda de braço com o governo Arruda, auxiliado pelas falas desastrosas de Lula que fica dizendo à imprensa que não é hora de pedir aumento e que todos deverão pagar sua cota de sacrifício diante da crise global do capitalismo.

A Conlutas tem atuado na greve através da Oposição de Professores desde a sua preparação e está em todos os piquetes exigindo o cumprimento do plano de carreira, a derrubada do congelamento salarial, a defesa dos serviços públicos e dos servidores e a unificação dos grupos de oposição à atual diretoria. Para que a greve seja vitoriosa, a Conlutas também defende que seja construída uma greve geral de todas as categorias do serviço público distrital.

Já há uma proposta de assembleia geral de todas as categorias de servidores públicos do DF para o dia 28 de abril e uma proposta de greve geral dos servidores distritais para o dia 5 de maio.