Mobilização cresce nas universidades paulistasA grande mobilização contra os decretos do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), aumentou com a entrada dos professores na greve dos estudantes e funcionários. Ainda na noite do dia 22, a assembléia geral dos estudantes deliberou fortalecer a ocupação da reitoria da USP e a manter a greve, que teve início no dia 3 de maio e recebeu a adesão dos funcionários.

Mais de mil estudantes agüentaram o tempo frio de São Paulo para se posicionar contra os decretos do governador que retiram a autonomia das universidades estaduais, pela participação no ato do funcionalismo no dia 23 e pela construção de um novo ato no dia 29, chamado pelo Fórum das Seis, composto pelas entidades representantes de trabalhadores e professores das três universidades paulistas.

A pauta dos funcionários foi integrada às reivindicações dos estudantes. A ocupação continua forte, mesmo depois das ameaças da Policia Militar de reintegração. Dentro do calendário de mobilizações do dia 23, os professores da universidade realizaram a maior assembléia desde a greve de 1988, com aproximadamente 300 pessoas, que aprovaram a incorporação da categoria na greve, agravando ainda mais a situação do governador José Serra (PSDB) e do Secretário Pinnoti.

A maioria das falas foi em defesa dos estudantes e da não punição de nenhum participante da greve e da ocupação. Aprovaram também a construção de uma assembléia unificada e repudiaram a postura da reitora e dos dirigentes das faculdades que exigem a punição aos grevistas. “A entrada dos professores em greve é um grande reforço a greve das três universidades“, afirma o professor de história da USP Henrique Carneiro. O presidente da Adusp, César Minto, é enfático ao analisar a situação da USP. “A crise da USP é um ataque que não se via desde a ditadura militar, e isso tem mobilizado tanto estudantes, funcionários e professores“.

A greve se alastra pelo interior. O campus de Lorena já estava parado, e a diretoria do campus de São Carlos está ocupada pelos estudantes. Uma reunião de negociação entre os sindicatos da USP, Unesp e Unicamp e o conselho de Reitores está agendada para o dia 24, em Campinas. Professores, funcionários e estudantes da USP se dirigiram para o grande ato unificado do funcionalismo na Avenida Paulista.

“Este dia de lutas pode mostrar que as lutas dos movimentos sociais podem voltar a se desenvolver. A paciência com Lula se esgotou, e agora vamos retomar a agenda das ruas e das greves“, declarou o professor Henrique Carneiro.

Mobilização toma universidades estaduais
A mobilização se espalha como rastilho de pólvora nas outras universidades paulistas. Neste dia 23, a Unicamp professores e funcionários paralisaram. Uma assembléia de funcionários será realizada no dia 25, data do indicativo de greve da categoria.

As unidades da Unesp também se encontram paralisadas ou em greve. Em Assis e Franca, as unidades estão em estado de greve. Rio Claro, Ilha Solteira e São Paulo se encontra paralisadas. Já a unidade de Bauru está em greve.