Em greve desde o dia 30 de junho, reivindicando a posse do reitor eleito – professor Plácido Cidade Nuvens -, os professores da Universidade Regional do Cariri (URCA), no Ceará, deparam-se agora com uma nova modalidade de intimidação: a ameaça de morte.

Segundo a professora Zuleide Queiroz, do Comando de Greve, as ameaças anônimas foram feitas seguidamente por telefone com o claro objetivo de intimidação da liderança do movimento. O comando de greve procurou a polícia e registrou ocorrência. “Os Boletins de Ocorrência foram preenchidos como recurso de defesa e esperamos que a denúncia pública evite qualquer tentativa de concretizar tal violência“, disse Zuleide.

O comando de greve avisa que, mesmo com a desocupação da reitoria pela tropa de choque da PM e a convocação para o retorno as aulas pelo interventor, André Herzog, a greve continua. A polícia continua presente no campus e foram proibidas as reuniões no seu interior.

Entenda o caso

A Universidade Regional do Cariri está com as aulas suspensas desde o dia 30 de junho. Os docentes, reunidos em assembléia, resolveram paralisar as atividades em protesto contra a situação criada pelo governador do Estado, Lúcio Alcântara, que, ao invés de referendar a consulta à comunidade acadêmica que indicou o professor Plácido Cidade Nuvens para a reitoria da URCA, nomeou o segundo colocado, professor André Herzog. A professora Zuleide Queiroz informa que a vontade política do governador motivou-se antes por interesses eleitorais, desconsiderando a vontade da comunidade acadêmica manifestada nas urnas e no movimento em defesa da autonomia da universidade. Ela lembra que “a comunidade lutou e conseguiu realizar uma consulta para a escolha do seu reitor em moldes paritários. Com a atitude do governador, sentimo-nos violentados em nosso direito constitucional de elegermos nossos representantes“. Além da posse do reitor eleito, os docentes reivindicam concurso para professor efetivo para os cursos de enfermagem; não ao corte de verbas e de funcionários; concurso público para funcionários e revogação da lista tríplice.