Estudantes lotaram o saguão e os corredores da FSA na assembléia de sábado
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Professores se unem aos estudantes e param suas atividades, incorporando a mesma pauta de reivindicações dos alunosNeste sábado, 15 de setembro, ficou selada a unificação de professores e estudantes da Fundação Santo André (FSA), no ABC paulista. A assembléia dos dois setores aconteceu simultaneamente, durante a manhã. Em ambas as reuniões, foram aprovadas pautas quase idênticas.

Na assembléia dos professores, estiveram presentes quatro estudantes. Ao final, mais de cem docentes se dirigiram à assembléia dos estudantes que ainda acontecia, para anunciar a decisão pela greve por tempo indeterminado e por uma pauta de reivindicações conjunta com os alunos. Segundo relatou o estudante de História e militante do PSTU, Reinaldo Chagas, a comemoração foi emocionante. “Teve gente que quase chorou”, disse.

Para Reinaldo, a unificação com os professores significa um aumento qualitativo de forças: “eles [professores] estão no comando de greve e estão ajudando a expandir a mobilização para os outros prédios, chamando os professores e os estudantes a aderirem à greve e isso da maior credibilidade ao movimento”. Foi montado, também, um comando de greve comum dos dois setores.

A mobilização na FSA estourou no último dia 13, quando os estudantes ocuparam a reitoria em protesto ao reajuste abusivo de mensalidades anunciado pela reitoria. O reitor, por sua vez, vem negando a existência de tal proposta. Entretanto, conforme apuramos, existe, inclusive, uma tabela de índices diferenciados por cursos.

No dia 14, os estudantes já haviam deliberado pela greve. O movimento que teve como ponto de partida a Faculdade de Filosofia já se alastra para outras unidades da FSA, como a Faculdade de Engenharia (Faeng) e a Faculdade de Economia (Faeco), com a adesão cada vez maior de alunos e professores.

Os estudantes e os docentes exigem a retirada do reitor Odair Bermelho – empossado pelo prefeito arbitrariamente -, o arquivamento do qualquer proposta de reajuste e a não-punição aos ativistas. Eles defendem que a FSA siga como instituição pública e volte a ser gratuita.

Também faz parte da pauta de reivindicações de alunos e professores a abertura dos livros de contas para comprovar os gastos da instituição. Quanto às eleições para a reitoria, a pauta de reivindicações estebelece que essas devem livres, diretas e paritárias, em que estudantes, professores e funcionários possam votar com o mesmo peso e se candidatar. O candidato mais votado deverá ser eleito imediatamente sem a atual lista tríplice, que submete a decisão da comunidade acadêmica ao prefeito.

Atualmente, a FSA enfrenta uma queda brusca da qualidade de ensino e um avançado processo de privatização. Os problemas de infra-estrutura, a falta de professores, de laboratórios e de equipamentos são notórios. Normalmente, as salas são lotadas além do limite, e a biblioteca não atende à demanda dos cursos.

Nesta segunda, 17, acontece uma nova assembléia geral, desta vez já com os professores incorporados e com a presença de outras faculdades, em que se definirá a continuidade da greve e um calendário de lutas. Para terça-feira, já está confirmado um ato na Câmara dos Vereadores para exigirá abertura de CPI sobre a administração da FSA e a saída do reitor.

Veja, abaixo, a proposta de reajuste da reitoria.

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