"Desejo a todos os servidores e servidoras de São Gonçalo do Amarante muita força nessa luta. Podem contar com todo o meu apoio às suas greves porque elas são justas e necessárias, assim como a que estamos fazendo em Natal. Nossos direitos precisam ser respeitados e os serviços públicos essenciais, como os de saúde e de educação, não podem ficar abandonados por causa do descaso e da política destrutiva de prefeitos e governadores. Vamos ter coragem para buscar melhores salários e condições dignas de trabalho."

Esse foi o recado enviado pela professora e militante do PSTU, Amanda Gurgel, na segunda-feira, dia 16, quando oficialmente começaram as greves dos servidores municipais da saúde e da educação de São Gonçalo do Amarante, na região metropolitana de Natal. Além de melhores condições de trabalho, eles reivindicam também um reajuste salarial de 63,68% para todos os servidores, referente às perdas desde 2008, e o cumprimento do tempo de carreira dos Planos de Cargos.

A educadora que se transformou em símbolo da luta em defesa da educação pública também esteve presente nas assembleias das duas categorias no último dia 10. Amanda levou apoio e solidariedade de classe aos professores, funcionários de escolas e profissionais de saúde, que enfrentam muitas dificuldades para atender com qualidade a população que precisa dos serviços públicos. Diante de dezenas de servidores, Amanda Gurgel ainda falou sobre o que é preciso fazer para que as lutas sejam vitoriosas. "Temos que unificar todos os movimentos e greves de trabalhadores do Rio Grande do Norte e de outros estados. A luta da educação, por exemplo, é uma só. É a luta pelos 10% do PIB já para o ensino público", defendeu a professora.

Descaso com os serviços públicos
A saúde e a educação públicas de São Gonçalo do Amarante vivem uma situação dramática. As unidades básicas de saúde enfrentam a falta de condições de trabalho e de segurança. Já a população sofre com a superlotação nas consultas especializadas e a cobrança do cartão do SUS para casos de urgência e emergência. Além disso, os profissionais amargam baixos salários e o descumprimento do Plano de Cargos por parte da Prefeitura.

Nas escolas, a situação não é diferente. A infraestrutura dos prédios é péssima, falta fardamento e merenda escolar e os professores e funcionários sofrem com a retirada de direitos. Nem mesmo o Piso Salarial dos educadores a Prefeitura paga como deveria. Para completar, o prefeito Jaime Calado (PR) estabeleceu uma diferença de apenas R$ 1,87 entre os salários dos professores de nível superior e os de nível médio, o que tem provocado um achatamento nos salários dos trabalhadores.