A crise já afeta o ritmo de produção no Brasil e os empregos. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), a produção industrial teve queda de 1,7% entre setembro e outubro. Tal queda supera as piores expectativas para o período. A pesquisa foi divulgada no dia 2 de dezembro e mostra que a crise afeta o ritmo de produção de praticamente todas as áreas da indústria.

A produção de bens de consumo duráveis, como automóveis e eletrodomésticos, teve forte queda de 4,7% após dois meses seguidos de crescimento. Já a de bens não-duráveis, como bebidas e alimentos, caiu 2,2%. O setor de bens de capital, como máquinas e equipamentos, teve retração de 0,5%.

Demissões
A produção de bens duráveis, por exemplo, caiu 1,5% em relação a outubro do ano passado. Tal resultado reflete a retração na indústria automobilística, cuja produção caiu 3,4%. Reflexo das férias coletivas nas grandes montadoras, que hoje afeta 41% de toda a categoria, ou 47 mil metalúrgicos. Como a pesquisa se refere ainda ao mês de outubro, quando as férias coletivas ainda começavam a ser estabelecidas, a queda da produção deverá ser ainda maior.

Se nas grandes montadoras vigoram as férias coletivas e as demissões ainda são pontuais ou um temor concreto dos metalúrgicos, na área de autopeças elas já começaram. Com a paralisação da produção de veículos, o setor já demite. Segundo levantamento realizado pelo Sindipeças, sindicato patronal do setor, cerca de 8,2 mil metalúrgicos devem ser demitidos até esse final de ano. A sondagem foi realizada em 95 empresas, que representam 41% do faturamento de auto-peças.

A crise no setor de mineração também já produz demissões. A Vale acaba de anunciar a demissão de 1300 empregados em todo o mundo. Outros 5.500 terão férias coletivas. A unidade de Minas Gerais deve ser a mais atingida. No Rio de Janeiro, a Vale Sul, produtora de alumínio pertencente ao grupo Vale, já havia demitido mil funcionários.
A marola de Lula vai ganhando força e pode se transformar num verdadeiro tsunami. A empresa de consultoria LCA reviu as previsões do PIB para o próximo período e, se antes era esperado um cenário de estagnação, agora se vislumbra a possibilidade do início de uma recessão já no último trimestre de 2008, quando se prevê retração de 0,5%. É bem provável que janeiro de 2009 seja marcado por uma leva de novas demissões.

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