A privatização dos Correios também é parte do velho projeto das privatizações neoliberais que se espalharam pelo mundo. Na maior parte dos países, os Correios já foram privatizados. A justificativa para abrir o capital das empresas foi a suposta criação de mais serviços, diminuição dos custos com a logística e a criação de “novos empregos”.

O que se viu, porém, foi uma situação bem diferente. Segundo estudos da UNI Post houve uma perda da qualidade do serviço prestado, aliado a precarização das condições de trabalho (com empregos sem garantias sociais), rebaixamento dos salários dos trabalhadores e liquidação de direitos.

Um exemplo é a Alemanha, onde a Deutsche Post (estatal dos Correios), entre os anos de 1999 e 2006, suprimiu mais de 21 mil empregos de período integral, além de outros 12 mil em meio período. Na Argentina ocorreu o mesmo processo: a liberação postal fez com que o número de trabalhadores caísse de 40.409 para quase 32 mil, entre 1997 e 2000.
A precarização também se tornou assombrosa. Na Alemanha, aproximadamente 27 mil entregadores dos correios, empregados pelas empresas Sandde, Selekt Mail e VSP não têm seguro desemprego, não são remunerados quando entram de férias e, caso sejam demitidos, não têm direito ao seguro desemprego.

Em muitos desses países, a abertura do mercado postal para as empresas privadas acabou definitivamente com o monopólio postal do Estado. Algo que teve graves conseqüências à população, uma vez que os investidores privados privilegiaram investimentos em regiões rentáveis, Ou seja, muitas localidades ficaram praticamente abandonadas ou com serviços postais bastante irregulares.

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