Até o Maracanã foi privatizado. O estádio foi entregue a Eike Batista, o empresário queridinho do governo.

Na campanha eleitoral, a então candidata Dilma Roussef (PT) criticava as privatizações da era FHC, que entregaram grande parte do patrimônio público ao Capital privado. Mas depois de eleita, Dilma deu um drible no povo brasileiro e continuou com a mesmíssima política privatista de seus antecessores.
Um dos exemplos mais recentes disso foi a escandalosa privatização do estádio do Maracanã, um símbolo do futebol brasileiro. Depois de ter gasto mais de R$ 1 bilhão em recursos públicos na reforma do estádio para a Copa, o governo Cabral, apoiado por Dilma, simplesmente entregou o estádio a Eike Batista, o empresário queridinho do governo.
No primeiro jogo-teste de inauguração do novo Maracanã, Cabral e Dilma distribuíram ingressos para os operários. A imprensa fez questão de dar destaque à ação populista e apresentou os trabalhadores como “participantes” da Copa. Mas quantos deles terão condições de comprar os caros ingressos do Mundial?  Quantos poderão entrar no Maracanã privatizado?    
Mas isso não é tudo. Depois de ter aberto a temporada de privatizações dos aeroportos, o governo federal aprovou a “MP dos Portos”, que avança na privatização desse setor estratégico para o país. A privataria pestista prevê a entrega de setores inteiros de infraestrutura ao Capital privado, inclusive através das PPPs, as Parcerias Público Privada, estabelecidas durante o governo Lula.

Petróleo
Mas nenhuma das privatizações recentes do governo do PT foi tão escandalosa como a 11ª rodada de licitações de petróleo, realizada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), em maio passado. Foi simplesmente a maior entrega do petróleo na história do país, em uma licitação que contou com a participação de 64 empresas, entre petroleiras nacionais como a OGX de Eike Batista, grandes multinacionais como a BP, Exxon e Repsol. Foram entregues nada menos que 142 áreas de exploração para 30 empresas de 12 países.
Com essa rodada, o governo do PT, nas gestões Lula e Dilma, superou o número de leilões do governo FHC. Enquanto o tucano realizou cinco leilões, o PT dirigiu seis e já prepara a sétima. A próxima rodada deve entregar áreas do pré-sal às multinacionais e será realizado em outubro.
Enquanto o país torce pela seleção no futebol, a nossa soberania está perdendo de goleada.
 

Post author Cyro Garcia, do Rio de Janeiro (RJ)
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