Redação

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Policiais Militares assassinaram um dirigente do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto na cidade de Uberlândia, em Minas Gerais, na madrugada desta quinta-feira, 5. Daniquel Oliveira dos Santos, de 40 anos, era coordenador da ocupação Fidel Castro há 3 anos e foi morto com um tiro na cabeça pela PM.

Segundo a versão da Polícia Militar divulgada pela imprensa, a morte ocorreu durante um confronto dentro da ocupação. A polícia afirma que, ao avistar três homens próximos a um matagal, se aproximou e viu que um deles estava armado. Ao fazerem a abordagem, teria havido um disparo contra a guarnição, que teria sido revidado.

Essa versão, porém, não se sustenta. O advogado da Pastoral da Terra em Uberlândia, Igino Marcos, revelou que não havia marcas de sangue no local indicado pela polícia em que Daniquel teria sido encontrado ferido. Além disso, havia marcas de algemas no braço do ativista assassinado.

Moradores da ocupação protestaram contra a execução e fecharam as BR’s 365 e 050, sendo duramente reprimidos pela Polícia Militar de Romeu Zema (NOVO), com bombas de gás lacrimogêneo e tiros de bala de borracha.

É inadmissível que um trabalhador que luta pelo direito básico à moradia seja assassinado de maneira tão cruel e fria por um agente de segurança pública“, afirma nota divulgada pelo MTST.

Essa execução não pode ficar impune. Daniquel é mais uma das vítimas causadas pela criminalização dos movimentos sociais e de luta promovida e incentivada pelo governo Bolsonaro, e reproduzida pelos governadores nos estados. Exigimos a prisão e punição exemplar dos policiais que cometeram esse crime bárbaro.