Mesa temática durante congresso da Anel
Foto: ANEL

Com sonhos e lutas se faz o futuro. Pensando assim que a Assembleia Nacional dos Estudantes Livre (ANEL) realizou na tarde do primeiro dia, 30, do 2º Congresso Nacional na Universidade Federal de Juíz de Fora (UFJS) alguns painéis temáticos que debateram discussões atuais do cenário nacional e internacional.  Ao todo 10 assuntos foram apresentados aos estudantes de todo o Brasil com objetivo de ampliar as discussões sobre os temas e levar à juventude algumas reflexões.

A Copa do Mundo e as Remoções, A Privatização da Saúde e a Luta Contra a EBSERH, Guerra às Drogas: O proibicionismo mata, A Criminalização dos Movimentos Sociais, Transporte Público, Cultura e Mídia Independente, Questão Indígena e Quilombola, a Luta que Vem do Campo e as Revoluções no Mundo Árabe foram amplamente discutidos.

A relação da cidade com o contexto que se insere em relação à Copa do Mundo de 2014 foi amplamente discutido na mesa: “A Copa e as Remoções”. A exploração dos trabalhadores, os impactos ambientais gerados, a falta de serviços, infraestrutura, remoções da população – como a Comunidade Vila da Paz (SP) e Aldeia Maracanã (RJ) – e precariedade na mobilidade urbana foram pontos levantados na discussão. Para a militante do movimento de Luta Popular e Urbano a palestrante Helena Sivestre, a estrutura urbana deve ter maiores espaços de conciliação entre os povos.  “A legitimação da Copa deve ser pensada de forma que não seja empregada a apropriação privada daquilo que é público. Além disso, deve-se ter respeito com os poucos direitos trabalhistas que existem em nossa sociedade”, ressaltou.

Outro ponto lembrado nas mesas de discussão foi a implantação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) no serviço público de saúde. Para o debatedor Gibran Jordão, a EBSERH representa a institucionalização da lógica do mercado. “A terceirização não vai deixar de existir. Além disso, essa estrutura permite a entrada dos planos de saúde nos hospitais universitários, entrando na lógica mercadológica do lucro e possibilitando a apropriação por parte dessas empresas das pesquisas realizadas nos hospitais universitários”, explicou Jordão.

A repressão nas universidades e o caso dos 72 estudantes da USP perseguidos e que estão sendo processados devido à ocupação da reitoria da universidade foi lembrado na mesa de discussão sobre Criminalização dos Movimentos Sociais: Quem luta não está sozinho.  No painel “A luta que vem do campo e o Direito a Terra”  foram amplamente debatidos aspectos em relação à necessidade da reforma agrária no Brasil, os grandes projetos realizado na Amazônia, que vem explorando a classe trabalhadora, a necessidade da revolução camponesa e a aspectos sobre a construção da usina de Belo Monte, que custou cerca de R$ 32 bilhões. 

 Buscando trazer o entendimento sobre a Revolução Síria e os aspectos que envolvem a libertação da Palestina, a mesa de debates “Revoluções no Mundo Árabe e Luta do Povo Palestino, trouxe ao entendimento da juventude estudantil uma ampla discussão sobre o regime tirano do ditador  Bashar Al Assad que culminou na revolta popular Síria e na Primavera Árabe.

O 2º Congresso da  ANEL é realizado do dia 30 de Junho à 2 de Maio na Universidade Federal de Juiz de Fora (MG) e reúne estudantes de todo Brasil em busca de construir uma entidade de luta, combativa e independente financeiramente.