Fortalecer uma alternativa de luta está na ordem do diaO primeiro grande desafio para o próximo ano será o I Congresso da Conlutas, que se realizará em julho, em Betim (MG). Mostrando o crescimento que a Coordenação experimentou no último período, a expectativa é que este congresso reúna o dobro de delegados do Conat. Na pauta, estará a necessidade de fortalecer a entidade, lutar contra a burocratização e se expandir, apoiada na base das categorias e dos movimentos sociais.

“A Conlutas deve reafirmar os princípios que a fundaram, avançar em políticas que permitam a concretização destes princípios em nossa atuação cotidiana e dar um salto na sua organização como instrumento de luta da classe trabalhadora”, afirma José Maria de Almeida, o Zé Maria, da Coordenação Nacional da entidade. O próximo congresso se debruçará e decidirá tanto a política que a entidade deve seguir quanto sua organização e funcionamento.

Luta contra burocratização
Além de reafirmar toda a luta contra as reformas e a política neoliberal do governo Lula, o congresso em Betim terá como uma de suas tarefas principais discutir a burocratização que ocorre hoje nas entidades sindicais, assim como traçar planos para combater esse processo destrutivo e levar o conjunto da categoria a participar das decisões do sindicato.

Para tanto, assim como a defesa da mais ampla democracia operária, os ativistas da Conlutas devem se lançar à construção da entidade pela base. A luta contra a burocratização é fundamental para a continuidade e avanço da Conlutas, enquanto alternativa.

O I° Congresso também terá a grande tarefa de fortalecer a estrutura da Coordenação, principalmente com relação aos GTs (Grupos de Trabalho) e às estruturas regionais da Conlutas, dinamizando seu funcionamento cotidiano.

Princípios
Da mesma maneira, o internacionalismo ativo deve ser uma marca da Coordenação reafirmada pelos delegados. Os trabalhadores só conseguirão rechaçar o imperialismo quando unirem suas lutas numa grande mobilização internacional. Nesse sentido, a Conlutas chama o Encontro Latino-americano, que já tem a adesão da COB (Central Operário Boliviano), Batay Ouvryie (Haiti) e do TCC do Uruguai, dias 7 e 8 de julho, também em Betim.

Outro princípio que deverá ser reafirmado pelos delegados será a defesa do socialismo. Apesar de ser uma bandeira levantada majoritariamente por partidos de esquerda, os sindicatos e entidades dos movimentos sociais não podem se furtar à tarefa, correndo o risco de terem limitadas suas atuações e perspectivas, lutando apenas por vitórias passageiras.

Chamado à Unidade
Apesar de o fortalecimento da Conlutas ser condição indispensável no atual processo de reorganização do movimento, a Coordenação deve avançar em sua organização sem interromper o chamado que faz aos demais setores combativos e de luta, principalmente à Intersindical, para a construção de uma nova entidade, de luta e com influência de massas.

“A Conlutas deve defender a unidade de todos que queiram lutar e não conciliar e, por isso, deve defender a unidade da esquerda que se encontra em oposição ao governo, porque essa unidade potencializa o avanço da luta, a organização e a consciência dos trabalhadores”, afirma Zé Maria.

Diante do cenário da economia internacional, de fim do ciclo de expansão e uma recessão despontando no horizonte, o governo deve passar cada vez mais à ofensiva contra os direitos dos trabalhadores. A construção e o fortalecimento de uma alternativa tornam-se, portanto, cada vez mais prementes e o I Congresso da Conlutas será o principal desafio para os ativistas no próximo período.

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