A cada dia, torna-se mais explícita na grande imprensa a propaganda por uma nova reforma da Previdência. A mesa “Seguridade Social e reforma da Previdência”, realizada na tarde do dia 23 e coordenada pelo vice-presidente da Fenafisp (Federação Nacional dos Auditores Fiscais da Previdência Social), Marcos Barbonaglia, contrapôs os argumentos utilizados pelos defensores dos ataques.

“O governo passa, com a ajuda da mídia, a imagem de uma Previdência quebrada, deficitária”, afirmou Barbonaglia. O dirigente sindical fez um relembrou os mais recentes ataques ao setor, da aprovação da Emenda Constitucional 20, passando pela reforma de Lula com a Emenda 41, que atingiu fundamentalmente os servidores públicos.

Segundo o auditor, a Previdência pública só pode ser analisada no contexto da seguridade social. Nesse marco, ela é superavitária. “A seguridade foi estabelecida pela Constituição de 88 e engloba não só a Previdência, mas assistência social e a saúde”, explicou.

As análises que atestam o suposto déficit tomam a Previdência como elemento isolado. “Mesmo que pegássemos somente a Previdência, ela seria superavitária se levássemos em conta os recursos existentes para financiá-la”, assegurou. Ou seja, o problema não estaria num alto gasto com aa Previdência, mas nas fontes que deveriam financiá-la e que são desviadas para outros setores.

Desvinculação e idade mínima
Dentro da nova reforma, um dos ataques mais perversos é o que propõe a desvinculação do piso previdenciário dos reajustes do salário mínimo. A proposta de reforma estabelece apenas incluir a correção da inflação no piso. “Isso é algo muito grave. Temos que combater de forma bastante clara e consistente essa proposta”, defendeu.

Outro grande ataque é a imposição, no setor privado, da idade mínima para as aposentadorias. Não bastasse o brutal ataque que foi o fator previdenciário, agora o governo quer, a exemplo do que fez com os servidores, estabelecer a idade mínima no setor privado. “Quiseram fazer isso antes, mas não conseguiram e instituíram o famigerado fator previdenciário, que é um verdadeiro crime social”, denunciou o sindicalista. O fator previdenciário, na prática, reduz os benefícios, forçando o trabalhador a se aposentar cada vez mais tarde.

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