O presidente do Equador, Lucio Gutierrez, suspendeu o estado de emergência em Quito na noite de 16 de abril, após a intensificação dos protestos contra o governo. O presidente havia declarado estado de emergência no dia anterior, impedindo liberdades individuais e dando poder ilimitado às forças militares para agir sobre os protestos. Além disso, o decreto 2752 dava permissão para as Forças Armadas invadirem residências sem mandados judiciais e proibia os equatorianos de organizarem reuniões ou passeatas.

Porém, ao contrário do que o presidente esperava, as manifestações não recuaram e se intensificaram, devido à revolta gerada pela medida ditatorial do governo. No dia 16, milhares de pessoas fizeram uma grande manifestação em Quito, gritando “Fora, Lucio!“ e “Democracia sim, ditadura não!“.

No mesmo dia do anúncio do estado de emergência, Gutierrez também decretou o fechamento da Suprema Corte de Justiça (CSJ). No domingo, 17 de abril, o fechamento da CSJ foi confirmado, com a aprovação unânime do Parlamento.

Gutierrez disse que anulava o decreto que suspendia as liberdades individuais pois “obteve seu principal objetivo que era a dissolução da Suprema Corte“. Ele alegou que juízes impopulares eram a causa dos protestos em Quito. Entretanto, a falsa justificativa apenas tenta encobrir que o governo está pressionado e acuado pelos movimentos sociais. Os gritos de “Fora Lucio” que ecoam pelo país mostram a verdadeira causa das manifestações.