Fábio Hideki é um dos presos políticos da Copa do Mundo

Os objetivos das prisões é amedrontar e afastar as pessoas das manifestações que contestam as políticas governamentais

Está preso em São Paulo, já há 15 dias, o jovem Fabio Hideki. Ele foi detido de forma completamente arbitrária no dia 23 de junho pela PM acusado de ser um Black Bloc e, depois, processado pelo Ministério Público. As acusações não tem nenhuma base na realidade e em fato algum. Fábio é um trabalhador, servidor público da USP e militante sindical do Sindicato dos Funcionários daquela universidade.
 
Quando Hideki foi preso, ele estava em uma manifestação exercendo, de forma legítima e legal, o seu direito de se manifestar e lutar em defesa de seus interesses. É evidente a decisão política de criminalizar um militante de movimentos sociais como forma de atacar o direito à livre manifestação. O objetivo é amedrontar e afastar as pessoas das manifestações que contestam as políticas governamentais.
 
Esta mesma decisão política, a de criminalizar aqueles que lutam em defesa de seus direitos, é a mesma em relação às prisões temporárias realizadas no dia 12 de julho no Rio de Janeiro, as vésperas da final da Copa do Mundo na capital carioca. Uma pistola encontrada na casa de um dos jovens presos (que seria do seu pai e estaria com porte vencido) está sendo usada como argumento para acusar a todos de organização de quadrilha armada. Um verdadeiro escárnio.
 
Não se trata de incompetência ou simples ma-fé dos policiais e procuradores envolvidos. Trata-se de uma política definida e executada de forma consciente pelos governantes em conluio com o poder judiciário. No Rio, é o governo do PMDB. Em São Paulo, do PSDB. No Rio Grande do Sul, onde há vários ativistas ameaçados de prisão, o governo é do PT.
 
É uma mesma política que atende aos interesses das grandes empresas. Com o avanço das greves, das manifestações e das lutas dos trabalhadores, empresas e patrões sentem seus privilégios ameaçados. Foi a serviço desta política que, com apoio do governo federal da presidenta Dilma, o Congresso Nacional aprovou, no ano passado, a “Lei das organizações criminosas”. São todos presos políticos, portanto.
 
Os governos reagem assim porque, para atender as reivindicações dos trabalhadores e da juventude, teriam que mexer nos privilégios que dão aos bancos e grandes empresas que mandam neste país. São estes mesmos bancos e emrpesas que financiam as campanhas eleitorais dos políticos destes partidos. Para não atender as reivindicações, portanto, tentam conter as lutas pela repressão, cada vez mais brutal da polícia às greves e manifestações, e através da criminalização daqueles que lutam.
 
Alguns acham que isto seria a volta da Ditadura. Mas não é. É esta a Democracia que o capitalismo reserva aos trabalhadores e jovens. Não nos iludamos, trata-se de uma democracia apenas para os ricos. Aos pobres cabe só a obediência. E é isso que não aceitamos e não vamos aceitar nunca. Por isso, lutamos por uma outra sociedade, uma sociedade socialista.
 
A brutalidade que se abate sobre os jovens que estão sendo presos neste momento é, portanto, um ataque contra todos que lutam por seus direitos neste país. É um ataque ao direito de todos os trabalhadores e jovens de lutar em defesa de seus interesses. É preciso que todos e todas lutemos para libertá-los.

Todos devem manifestar-se, os sindicatos, as organizações da juventude, as instituições democráticas, vamos todos exigir: 

 
Liberdade imediata de todos os presos políticos!
Chega de repressão! Chega de criminalização das lutas sociais!
 
 

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