A campanha pela libertação dos seis presos políticos da cidade de Caleta Olívia, na Argentina, conquistou hoje a sua maior vitória. O Tribunal de Justiça da província de Santa Cruz confirmou a sentença do dia 19, que garantia a liberdade provisória aos presos. Mauricio Perancho, Hugo Iglesias, Elza Orozco, Marcela Sandra, Selva Sanchez e Jorge Mansilla devem ser libertados ainda nesta terça-feira, 26.

Os seis foram presos há sete meses, após participarem da ocupação de uma refinaria da empresa Repsol, por emprego. Eles são vítimas da criminalização dos movimentos sociais pelo governo Kirchner e isso foi reconhecido até pelo tribunal argentino, que alegou que o Juiz de Instrução que determinou a prisão dos seis ativistas havia feito somente considerações políticas e jurídicas, ignorando os aspectos sociais que envolvem o caso.

A liberdade provisória dos seis, que agora poderão voltar ao convívio de seus filhos, amigos e companheiros de luta, é uma vitória sobretudo da intensa campanha impulsionada pela Liga Internacional dos Trabalhadores – Quarta Internacional. Durante estes sete meses, centenas de atos foram realizados em embaixadas de todo o mundo e milhares de mensagens foram enviadas exigindo a libertação. As manifestações de solidariedade, vindas de países como a Espanha, a Rússia, contribuíram para mostrar aos presos que eles não estavam sozinhos e deram força para que eles, de dentro da cadeia, também não se abatessem e seguissem lutando, como fizeram, com greves de fome e uma intensa atividade política.

A notícia é motivo de grande alegria para os militantes do PSTU, que fizeram parte ativa desta campanha, inclusive garantindo ajuda financeira para os familiares dos presos. Há duas semanas, Hugo Iglesias e Jorge Mansilla enviaram um presente e uma mensagem de agradecimento ao partido brasileiro: um quadro em madeira, com o símbolo da LIT e do PSTU, que está afixado na sede nacional do PSTU. No verso, os argentinos escreveram que o quadro é um “agradecimento pelo enorme esforço que vocês fazem por nós. Companheiros, somente a união de todos os trabalhadores nos arrancará das prisões de Kirchner e das petroleiras multinacionais”.

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