Ademir Bendine, a mando de Dilma e acionistas estrangeiros, prepara venda de ativos da Petrobras

O atual presidente da Petrobras, Ademir Bendine, a mando da presidente Dilma Rouseff (PT) e dos acionistas internacionais, deu mais um passo no plano de vender o patrimônio da empresa rumo à sua privatização total: definindo o que será vendido inicialmente no mercado e contratando os bancos encarregados de procurar compradores no Brasil e no exterior.

Depois de anunciar um “plano de desinvestimento” de 13,7 bilhões de dólares, Bendine anunciou a venda de usinas termelétricas, distribuidoras de gás, campos de petróleo e postos de gasolina da BR Distribuidora, pertencente à Petrobras.

A BR Distribuidora tem cerca de 7.500 postos no país, um patrimônio nacional que já está sendo entregue ao Bradesco BBI para buscar compradores. A Petrobras também é dona de 21 termelétricas e pretende vendê-las através do Bradesco BBI.

Sempre vale a pena lembrar que o Ministro da Fazenda Joaquim Levy foi diretor-superintendente do Bradesco Asset Management (Bram), com a tarefa internacionalização do banco. E como se sabe, uma mão lava a outra.

Estas usinas termelétricas foram construídas para fazer frente ao apagão de 2001 e evitar novos. Hoje, constituem um bom negócio porque a seca provocou uma explosão dos preços da energia elétrica.

A BR Distribuidora já esteve na lista dos corruptos delatada pelo doleiro Alberto Youssef na Operação Lava Jato, em virtude do senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) abocanhar R$ 3 milhões em propina, como resultado de uma operação com a GPI Investimentos e Participações do qual o dono foi Secretário de Assuntos Estratégicos de seu governo.

Para o setor de distribuição de gás a estatal contratou o Itaú BBA. Banco controlado por Paulo Setúbal, cujo parente Olavo financiou e apoiou o golpe militar, e cuja a esposa Ana Elisa esteve presente na Avenida Paulista no domingo dia 15 de março, cantando: “A nossa bandeira jamais será vermelha!”, noticiado nas colunas sociais.

A estatal também procura sócios para alguns blocos de petróleo, o que aumentaria a presença das multinacionais na exploração do petróleo brasileiro. Esta negociação está nas mãos de bancos estrangeiros, como o Bank of America Merrill Lynch.

O atual objetivo do governo e dos acionistas privados da Petrobras é “focar” sua atuação na exploração de petróleo, fazendo com que o país fique mais dependente das importações e não desenvolva sua indústria petrolífera. Para isso vai entregar mais uma parte do patrimônio da empresa.

É necessário colocar Bendine para fora da presidência da Petrobras e eleger diretamente seus diretores para que, assim, a empresa sirva ao conjunto da população, subsidiando o gás de cozinha e baixando o preço da gasolina e da eletricidade. O controle operário da estatal é a saída para a crise.

Romper com o governo e construir a greve geral
Defender a Petrobras não pode ser confundido com defender Dilma ou o PT. Temos sim que ir às ruas contra o governo e a velha direita, como o PSDB. Todos privatizaram a Petrobras.

Temos que buscar a unidade da classe trabalhadora em defesa dos interesses do povo. Está mais do que na hora da FUP (Federação Única dos Petroleiros) e a CUT romperem com o governo e se juntarem à FNP (Federação Nacional dos Petroleiros e a CSP-Conlutas, assim como a todos os sindicatos, e exigir a estatização total da Petrobras sob controle dos trabalhadores e a volta do monopólio estatal do petróleo, além da revogação de todas as medidas anti-trabalhadores tomada pelo governo Dilma.

Isso somente será conseguido através de uma greve geral.

Solidariedade aos operários do Comperj
A Alumini (antiga Alusa) deixou 469 trabalhadores sem os pagamentos de suas rescisões e 2500 sem seus salários. O Poder Judiciário já havia determinado, em primeira instância, o pagamento de pouco mais de R$ 13 milhões pela Petrobras, pois a empresa é responsável pelo pagamento dos direitos trabalhistas dos operários quando sua contratada falha. Por isso, deveria arcar com o calote dado aos trabalhadores do Comperj. Mas nem isso está sendo cumprido.

A saída para esta situação é a estatização sem indenização, já, das empreiteiras caloteiras e corruptas, para garantir os empregos, a continuidade das obras e do crescimento real da Petrobras – que cria emprego e renda aos trabalhadores e proporciona riquezas ao país.