Pacto vai fortalecer a presença militar do imperialismo no ContinenteO governo colombiano de Álvaro Uribe provou mais uma vez de que não passa de um lacaio do imperialismo norte-americano. Na semana passada foi anunciado um acordo entre seu governo c e Barack Obama que coloca à disposição dos Estados Unidos sete bases militares existentes na Colômbia. O acordo permitirá que as forças americanas enviem mais soldados ao país e utilizem as bases de Malambo, Palanquero, Apiay, Tolemaida e Larandia (do exército), além das bases navais de Cartagena e Bahía Málaga.

O acordo é um avanço do chamado Plano Colômbia e representa um enorme perigo para todos os povos do continente. Desde que foi implementado, o plano só trouxe morte e destruição e serve ao interesses do imperialismo em ter uma maior ingerência na América Latina. Milhares de armas foram enviadas pelos EUA à Colômbia, além de conselheiros militares e soldados, sob a suposta desculpa de combater o suposto terrorismo das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). No último período, a guerrilha sofreu duros golpes. Vários de seus dirigentes foram assassinados em operações do exército colombiano que contaram com uma ampla colaboração de Washington. O novo acordo, porém, poderá permitir uma intervenção mais direta do imperialismo no conflito e ampliar os golpes contra a guerrilha.

O controle das bases também vai permitir aos EUA ter uma maior ingerência sobre a região amazônica, uma zona estratégica em razão de sua biodiversidade e dos recursos naturais, como o petróleo. Nos últimos anos, os povos da região amazônica protagonizaram grandes lutas contra o avanço econômico das multinacionais. Entre elas, destacam-se os protestos dos indígenas da região amazônica peruana que lutam contra a entrega dos recursos naturais da região amazônica às multinacionais petrolíferas.

Obama: diplomacia e canhões
Para alguns, a decisão do governo dos EUA pode soar como uma surpresa. Afinal, na última Cúpula das Américas, o presidente Barack Obama deu sinais de redefinir a política que os EUA aplicou na passada década na América Latina.

No entanto, a decisão colombiana mostra bem que Obama combina em proporções diferentes a diplomacia com a intervenção direta nos países do continente. Ao mesmo tempo em que se oferece para dialogar com governos de Frente Popular e nacionalistas-burgueses da América Latina – o abraço em Chávez na Cúpula é um símbolo disso –, Obama procura também reafirmar a hegemonia militar do imperialismo e sua capacidade de intervenção direta. O acordo com a Colômbia serve para amedrontar os líderes considerados incômodos por Washington, como Hugo Chávez, Rafael Correa e Evo Morales. Parte disso também é a reativação da 4° Frota, recentemente reativada pelos EUA para monitorar o sul do oceano atlântico.

O acordo com a Colômbia coincide também com o acontecimento político mais importante no ano na América Latina: o golpe militar em Honduras, que derrubou Manuel Zelaya. Os dois fatos são parte de um único projeto cujo objetivo é destruir as liberdades democráticas dos trabalhadores. Representam o fortalecimento da ultradireita.

De joelhos diante do império
Ao ceder às bases militares, Uribe mostra mais uma vez que é o mais fiel lacaio do imperialismo na América Latina. Na decisão do colombiano em permitir a presença militar norte-americana, pesaram vários fatores. Entre eles, a necessidade de reafirmar sua posição como sócio privilegiado do imperialismo (debilitada após a derrota eleitoral de Bush), aumentar a dependência econômica do país em relação aos EUA, obter mais de ter a bênção do imperialismo para seu regime bonapartista.

Dessa forma, Uribe e o imperialismo continuam com a política de transformar a Colômbia numa espécie “Israel latino-americana”, ou seja, um posto militar avançado do imperialismo que serviria para ameaçar e prover ataques contra outros povos.
Desde sua chegada ao poder, em 2002, Organizações Não Governamentais ligadas aos direitos humanos contabilizam que 13.634 pessoas foram mortas, vítimas da violência política. Desde 1985, cerca de 4 milhões de pessoas foram desalojadas pela força. Três milhões delas só no governo Uribe (Anistia Internacional).

Seu é marcado pelo entre paramilitares e políticos. Muitos são do círculo do presidente. Como , Jorge Noguera, ex-braço direito do chefe de estado e diretor do Departamento Administrativo de Segurança (DAS), que entregou aos paramilitares uma lista de dirigentes sindicais, professores de universidade e opositores a serem assassinados

Como analisa a declaração do Partido Socialista dos Trabalhadores (seção colombiana da LIT-QI), o acordo “não é para elevar a luta contra o narcotráfico e o terrorismo, mas um pacto para fortalecer a presença militar do imperialismo no Continente; não é um acordo para combater unicamente os inimigos internos das instituições burguesas, é um pacto sinistro para fazer retroceder os governos nacionalistas e frente-populistas em suas tímidas pretensões autonomistas. Uma manobra política e militar do imperialismo, com a aberta cumplicidade de Uribe, para revestir de legitimidade seus planos de retomar o pleno controle sobre a totalidade dos governos e regimes da América Latina”.
Pacto vai fortalecer a presença militar do imperialismo no Continente
Em época de crise econômica, de acirramento da disputa por mercados e zonas de influência, o imperialismo norte-americano não pode se dar o luxo de relaxar na região que consideram o seu “quintal”. O plano do imperialismo deve ser repudiado pelos povos do continente e combatido por uma ação unificada das massas operárias e populares de toda América Latina.

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