No município de João Pessoa (PB) a prefeitura enviou à Câmara Municipal o Projeto de Lei 1064/11, que pretende implantar a terceirização em vários serviços públicos municipais como educação, pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico, proteção e preservação do meio ambiente, cultura e assistência social e saúde. É o maior ataque aos direitos sociais na cidade de João Pessoa. Nem a ditadura ou os governos neoliberais foram tão longe no ataque aos serviços públicos municipais na capital paraibana.

Foi formado o FÓRUM PARAIBANO EM DEFESA DO SUS E CONTRA AS PRIVATIZAÇÕES, constituído por várias entidades dos movimentos sindical, estudantil e popular, que vem organizando a resistência a esses ataques. Na semana passada e na terça-feira (13) os manifestantes conseguiram impedir a votação do projeto, durante o resto do dia o prefeito anunciou que convocou o batalhão de choque para garantir a votação na quarta-feira (14).

O Fórum conseguiu mais uma vez mobilizar a militância e na manhã de quarta dezenas de militantes dos movimentos sociais, sindical e juventude se fizeram presentes na Câmara Municipal de João Pessoa, até alguns trabalhadores dos Correios que estão em greve saíram do piquete e se juntaram ao movimento.

Para surpresa do movimento o batalhão de choque não estava presente e ao chegarmos no auditório da Câmara fomos informados assim que se iniciou a sessão, que o ponto tinha sido retirado da pauta e assim não haveria votação no dia de hoje.

Mesmo assim os manifestantes resolveram fazer uma vigília e acompanhar toda a sessão para evitar surpresas maiores, os vereadores da oposição em conjunto com representantes do Fórum apresentaram um ofício ao presidente da câmara em que solicita transformar o tema em um grande debate com toda a população, criando uma sessão especial sobre o tema e debatendo publicamente com todos os setores.

Quando tudo parecia resolvido e a sessão se encaminhava para o final, apareceu a guarda municipal, que estava escondida no estacionamento em frente à Câmara e tentou impedir o acesso dos manifestantes as dependências do local. Na ocasião alguns manifestantes foram agredidos, inclusive três membros da ANEL ficaram bastante machucados.

Com o tumulto a sessão chegou ao fim e os manifestantes saíram em passeata a até a Assembléia Legislativa. Foram recebidos pelos deputados que transformaram a sessão ordinária em uma sessão pública especial. Os representantes do fórum utilizaram a tribuna para expressar sua luta em prol de uma saúde pública e de qualidade e contra as privatizações.

A bancada de oposição se comprometeu com o fórum em tentar barrar as tentativas do Governo Estadual de privatizar a saúde no Estado, pois o mesmo já entregou a Cruz Vermelha, sob forma de MP (Medida Provisória), o controle do principal hospital do estado, o Hospital de Trauma.

Não podemos esquecer que essa foi uma vitória parcial, mas que isso nos dá força para continuarmos na luta contra as privatizações e os ataques a saúde e educação do governo “socialista” municipal e estadual.