Assembleia do dia 10 de maio
Foto: APEOESP

Uma resposta às calúnias da presidenta da APEOESP contra os professores do PSTU

Após o final de nossa greve, decretado de forma autoritária pela presidenta do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo (APEOESP), Maria Izabel (Bebel), na assembleia de sexta-feira, 10 de maio, a mesma presidenta divulgou artigos pelo seu blog na página da APEOESP na internet, em outros sites e redes sociais desferindo calúnias ao PSTU e a nosso dirigente sindical na categoria João Zafalão. Uma tentativa desesperada e pouco honesta, para não dizer coisa pior, de desviar a atenção dos mais de duzentos mil professores da rede estadual do que realmente aconteceu durante nossa greve e, particularmente, na assembleia onde foi decretado seu fim.
 
A presidenta nos acusa de sermos contrários à greve e à unificação com o funcionalismo estadual, opondo tal unificação, segundo a imaginação delirante de Bebel, à unificação com a prefeitura também em greve, como se uma unidade fosse a negação da outra.
 
Nós do PSTU, desde o início das discussões de greve na categoria, dizemos que era possível derrotar o governo, e que qualquer greve da categoria deve ser preparada, pois não se faz greve por decreto e sem qualquer tipo de discussão na base do professorado.
 
Foi isso que defendemos desde a conferência educacional do ano passado. A necessidade de preparar a categoria para enfrentar o governo estadual, que aplica em São Paulo a política educacional do governo federal, apoiado incondicionalmente por Bebel e pela chapa 1 no sindicato.
 
A realidade nos deu razão. A greve foi parcial no estado, sendo mais forte nas regiões dirigidas pela oposição. Mesmo assim obrigou o governo a recuar e negociar.
O que queremos dizer é que se a direção majoritária, encabeçada por Bebel, se jogasse a fundo na preparação da greve, ao invés de fazer meras “declarações à praça”, uma vez que controla solitária a máquina do sindicato estadual, poderíamos ter uma forte greve com condições de impor uma derrota categórica ao tucanato e levar-nos a uma vitória inconteste.
 
Em relação às discussões sobre a unidade com outros setores em greve, particularmente prefeitura de SP e funcionalismo estadual, os fatos comprovam e corroboram nossas posições. Os professores do município, juntamente com os funcionários da educação, entraram em greve pouco depois de nós. A reivindicação também era de aumento salarial e muitos professores municipais também ministram aulas na rede estadual. A unidade fortaleceria as duas greves.
 
A chapa 1, e sua líder Bebel, de tudo fizeram para que as ações conjuntas não se consumassem, como na assembleia de 03 de maio na Paulista quando atrasaram o máximo que puderam a assembleia, retardaram e quiseram impedir a passeata para encontrar os municipais na Praça da República. Não porque fossem greves diferentes contra patrões diferentes como afirma Bebel, mas porque era uma greve contra o prefeito de seu partido, o PT. Isso é partidarismo, partidarizar o sindicato!
 
Sobre a unificação com o conjunto do funcionalismo, os fatos falam quase sozinhos. Fosse nossa greve melhor preparada, com discussões no conjunto da categoria, campanhas sobre o professorado e contra o governo e ações de propaganda sobre a população como propusemos, estaríamos ainda em greve, em condições de obter uma real negociação com o governo, na possibilidade de obtermos uma vitória categórica e ainda fortalecendo as greves do funcionalismo ainda em curso, como a saúde estadual.
 
Apesar das calúnias, Bebel foi obrigada a reconhecer que as reivindicações dos professores categoria O só entraram na pauta da greve por pressão da Oposição. Bebel e a Chapa 1 simplesmente ignoravam quase 50 mil professores que estão com contratos precarizados de trabalho.
 
A política de Bebel e da chapa 1 ajudou o governo a isolar a saúde estadual e jogou contra a unificação de forma consciente. Tudo para preservar a prefeitura do PT/Haddad em São Paulo.
 
Por fim, sobre a palavra traição. Certas palavras exprimem conceitos, às vezes muito fortes, com uma evidente conotação moral, como é o caso de traição.
A traição da chapa 1 e Bebel à categoria não se deu pelo fato de terem defendido, e perdido por acachapante maioria, o final da greve no dia 10 de maio. É um direito democrático de qualquer grupo organizado ou de qualquer professor filiado ao sindicato defender propostas divergentes na assembleia ou em qualquer instância do sindicato.
 
A traição está no fato de, após uma votação claramente favorável à proposta de continuidade da greve, defendida pela oposição alternativa, a presidenta decretar o final da greve  e recorrer à polícia para sair da assembleia. A traição reside em dividir publicamente nosso movimento, romper com os princípios mais elementares da democracia sindical – o respeito às decisões da maioria – e recorrer às calúnias e à polícia contra a categoria. Bebel e a chapa 1 tiveram um comportamento típico dos velhos pelegos da ditadura militar, digno de Joaquinzão e Cia com seus “Décio malho”, neste caso a polícia militar.
 
Por fim, chamamos os professores a fortalecer o sindicato e a oposição alternativa em todo o estado para construir uma nova direção das lutas de nossa categoria e uma nova direção para nosso sindicato.