Este é o último Opinião Socialista de 2005. Como se pode ver pelas capas de números anteriores expostas nesta página, tivemos um ano agitado que terá profundas conseqüências na história do movimento dos trabalhadores deste país.

Não é em qualquer momento que se pode ver uma liderança histórica do movimento operário como Lula começar a se desmascarar perante suas bases. Ou ainda ver a cúpula que dirigiu o ascenso eleitoral do PT se desmoronar, com Zé Dirceu cassado, Delúbio, Genoino e Silvio Pereira afastados.

Este foi um ano em que a democracia burguesa sofreu uma derrota importante. Não só o PT sai fortemente desgastado da crise, como arrasta o regime junto para baixo. É também o ano em que a Conlutas se firma como uma alternativa à CUT, em uma primeira resposta ao desastre do governo Lula.

O Opinião Socialista se dedicou a apresentar esses e outros fatos com uma visão distinta da imprensa burguesa. Não temos a ambição de sermos neutros. A imprensa burguesa defende os interesses de sua classe, sob o disfarce da neutralidade. Nada temos a esconder. Defendemos os interesses dos trabalhadores, a partir de uma postura marxista.

A burguesia tem um domínio massacrante sobre os meios de comunicação. A maior parte das organizações de esquerda deixou de publicar seus jornais, o que acaba por reforçar esse predomínio da direita. Nesse sentido, o Opinião Socialista tem o orgulho de manter as bandeiras da esquerda revolucionária, além de preservar também sua tradição de imprensa operária.

Cobrimos as grandes lutas dos trabalhadores em todo o mundo contra o imperialismo, desde a resistência iraquiana até a rebelião dos jovens filhos de imigrantes na França. Enfrentamos a crise do governo Lula, apresentando uma oposição de esquerda, desmascarando a oposição de direita. Demos espaço para as greves dos trabalhadores, desde bancários, correios e o funcionalismo, e às mobilizações populares como as lutas contra o aumento das passagens em Salvador, Florianópolis e Recife. Cobrimos as lutas contra a opressão às mulheres, aos negros e homossexuais dentro de uma ótica de classe. Abrimos o Opinião Socialista a cantores, cineastas, compositores que enriqueceram culturalmente nossos leitores. Buscamos elevar o nível marxista dos ativistas com páginas dedicadas à teoria e à história do movimento revolucionário. Sustentamos este jornal com o esforço dos que o fazem e com o apoio dos nossos leitores. Temos orgulho de não necessitar do dinheiro da burguesia ou da corrupção.

O ano termina. Não quisemos fazer uma retrospectiva ampla e superficial de todas as questões. Escolhemos alguns temas centrais a serem aprofundados que permitam definir o ano de 2005 e as perspectivas de 2006.
O melhor presente que poderíamos esperar de nossos leitores é que sigam em 2006 nas lutas dos trabalhadores e jovens, e que nosso jornal os ajude nessa tarefa

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