Belo Horizonte é governada pelo PT há 12 anos. Nesse tempo nunca houve um confronto entre a prefeitura e as elites empresariais da cidade, pelo contrário, houve parceria. Entretanto, em relação aos trabalhadores organizados a história é outra. Enfrentamento com perueiros, camelôs, funcionários públicos e trabalhadores em educação foi uma constante nesses 12 anos.

Os trabalhadores em educação estão em campanha salarial. Os eixos da campanha: salário, valorização e autonomia. E, desde fevereiro, iniciaram uma negociação com o prefeito Fernando Pimentel, obtendo um não a cada ponto da pauta. No dia 24 de março, a categoria em assembléia resolveu iniciar uma campanha na mídia explorando todos os problemas dos trabalhadores de Belo Horizonte: educação, saúde, transporte, moradia, violência etc. Diante da campanha, o prefeito Pimentel iniciou ataques ao sindicato. Enviou à subsede do sindicato e às escolas uma carta suspendendo qualquer negociação, enquanto fosse mantida a campanha “ofensiva” contra a Prefeitura. Em seguida, o setor de oposição à diretoria do sindicato, comandado por grupos governistas, encaminhou à última assembléia e às escolas uma carta no qual ataca a diretoria do sindicato, a categoria e o PSTU, responsabilizando-os pela falta de resultados na campanha salarial. Entretanto, no material não há uma linha sobre as negativas do governo a pauta de reivindicação dos professores. Na verdade, o prefeito e os governistas de plantão estão muito preocupados com o estrago que a campanha do sindicato pode fazer na eleição.

Mas, da parte do sindicato, enquanto não houver negociação, a campanha seguirá na mídia. E o PSTU não vai se intimidar com as baixarias e vai lançar seus pré-candidatos, para fazer a disputa contra a continuidade do projeto neoliberal em Belo Horizonte.

Post author Pedro Afonso Valadares, diretor do Sind-UTE BH e militante do PSTU
Publication Date